A virtude da castidade É importante guardar rigorosamente os sentidos A virtude que se opõe à luxúria é a castidade. Por causa da expressão "voto de castidade", muitos pensam que essa virtude esteja reservada para aqueles que não desejam se casar. Isso não é verdade. A castidade é uma virtude para todos os cristãos: seja para os que ainda vivem num estado de vida transitório como solteiros, seja para os que já estão comprometidos com o celibato ou com o matrimônio. A castidade é a virtude que permite consagrar a Deus a capacidade de desejar e de amar. E esta é uma necessidade de todo cristão. Diante da doença da luxúria, a nossa atitude fundamental deveria ser de total confiança na graça de Deus e completa desconfiança de nós mesmos. São Felipe Neri (1515 – 1595), o grande santo do bom humor, expressava essa atitude numa oração exemplar: “Ó meu Deus, não confieis em Felipe, porque caso contrário, ele trair-vos-á”. Esta confiança em Deus e desconfiança de si deveria ser aplicada não somente à vivência da castidade, mas tambem à nossa capacidade de conhecer a verdade da sexualidade. Quando se trata do mundo afetivo-sexual, o conhecimento da verdade pode ser alcançado, mas geralmente nos deparamos com armadilhas colocadas por nossa afetividade e sexualidade feridas. Quando falamos de verdade da sexualidade, devemos levar em consideração que a palavra "verdade" pode ser compreendida a partir de dois pontos de vista: de Deus e do homem. a) Verdade divina – Quando Deus pensa a verdade, Ele cria. Do ponto de vista de Deus, uma coisa é verdadeira se ela estiver de acordo com o divino projeto d'Ele. Antes da existência das coisas, o Todo-poderoso as pensou, e este "pensamento" é a verdade a respeito da criação. Quando uma criatura se afasta dessa verdade, ela está necessariamente se afastando de seu próprio ser. Este fenômeno é conhecido como morte. b) Verdade humana – Quando o homem pensa a verdade, ele obedece. A verdade não é uma coisa que podemos projetar, inventar ou criar. O homem é uma criatura, por isso, se desejar conhecer a verdade, deverá humildemente mergulhar nas coisas, que já foram previamente criadas-pensadas por Deus. Para o homem, a verdade, neste mundo, estará sempre marcada pelo aspecto da busca e, uma vez encontrada, da obediência. Como já dizia Platão: "Uma verdade conhecida é uma verdade obedecida". Em resumo, para as coisas serem verdadeiras, elas precisam se adaptar a Deus (a); para o homem conhecer a verdade, ele precisa se adaptar às coisas (b). Mas, com o pecado original, o ser humano desenvolve dentro de si uma tendência de ocupar o lugar de Deus Pai. O homem, principalmente o homem moderno, está farto de obedecer à verdade (b), e se decidiu por construir ele mesmo a "sua" verdade, comportar-se como Deus criador (a). O fato de o corpo contribuir para o surgimento da paixão pela luxúria requer que ela seja combatida também com remédios que envolvam o corpo. Uma vez que não vivemos isolados como os eremitas, é importante guardar rigorosamente os sentidos, especialmente o olhar e o tato. Quem crê que pode tudo, ouvir tudo e ver tudo se recusa a dominar a própria imaginação e suas necessidades afetivas. Na era da internet, da televisão e do cinema, é necessário mais que nunca escolher aquilo que vemos, para não transformar o nosso mundo interior numa lata de lixo. E apesar de escolhermos o que vamos assistir, devemos saber limitar a quantidade. O controle do tato também é muito importante. A atitude espiritual diante do toque depende também das diferentes culturas e da sensibilidade de cada pessoa. Por isso se quiser encontrar um critério objetivo, seria oportuno que cada um observasse com sinceridade as consequências dos contatos gestuais nos sinais do próprio corpo e da própria fantasia. (Artigo extraído do livro "Um olhar que cura", p. 103/104/109/113) Pe. Paulo Ricardo
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Como lidar com a mudança? A vida muda com o tempo A vida pode ser comparada a um rio, tem um destino e, portanto, não pode parar. Entre um obstáculo e outro, segue seu curso até chegar ao oceano. Imaginemos que o rio passa por muitas paisagens e lugares diferentes, alguns mais encantadores, outros menos, no entanto, ele não para, continua sua jornada e não só... Por onde ele passa, vai partilhando riquezas e dividindo suas águas. Podemos ver lindos jardins e verdejantes plantações às margens de um rio. Desde criança os rios me chamavam a atenção. São livres, fortes, destinados, ninguém os pode segurar diante de suas metas, quando tentam impedi-los de seguir e constroem barragens, mesmo assim, eles enchem o espaço e logo começam a transbordar. Quem dera eu fosse como um rio buscando meu destino, que é o Céu. Bom, foi por admirá-los [rios] que encontrei inspiração para responder a um jovem que me pediu ajuda outro dia. Disse-me que andava infeliz porque não conseguia servir ao Senhor e me explicou o porquê disso. Partilhou que sempre foi ativo nas atividades de sua paróquia e tocar no ministério de música era sua maior alegria. Porém, com o tempo, precisou mudar de cidade, casou, vieram os filhos e hoje se sente inútil na obra de Deus, triste e sem fé, porque não consegue servir a Igreja. Eu lhe disse que a vida muda com o tempo e é preciso ter coragem para encarar as mudanças com maturidade, sem ficar preso ao que passou. Falei sobre esta “filosofia do rio” e convidei-o para contemplar uma nova paisagem à sua margem. O rio não para onde lhe é mais cômodo, entre um desafio e outro, segue seu destino, por isso tem a oportunidade de estar sempre crescendo enquanto persegue a meta. Talvez você hoje esteja passando por situação semelhante e é pensando em casos assim que partilho o que penso. Acontece que, muitas vezes, nossa vida muda e nosso coração não acompanha a mudança. É preciso rever a estrada e perceber por onde ele ficou, talvez tenha se perdido ou esteja lá atrás, preso a algum sentimento; e precise de ajuda para acompanhar a razão. É importante perceber que a vida nos oferece oportunidades de crescer com as mudanças, mas não basta mudar de lugar, é preciso ter a disposição de acompanhar a mudança com a essência do que somos por inteiro. Gosto da comparação feita pelo diácono Nelsinho Corrêa para falar sobre mudanças na Canção Nova, que aliás são constantes. Ele explica que vivemos o mesmo processo de uma plantinha que é trocada de terreno. Com ocorre com elas, diante da mudança, até "murchamos" um pouco e sofremos as consequências do novo "solo", mas precisamos lançar as raízes na terra nova e reagir para não morrer. Talvez, na sua vida, seja hora de lançar raízes onde Deus lhe permite estar. Penso que não existe melhor lugar para servir ao Senhor do que onde estamos. Por mais que tenhamos a reta intenção de fazer grandes coisas em outro lugar, é em nosso próximo que o Senhor espera ser servido. E quem é o próximo, senão aqueles que convivem conosco, em casa, no trabalho, na escola...? Sentir saudade dos que amamos e dos momentos felizes que marcaram nossa história é uma coisa, deixar-se paralisar pelo saudosismo e não se abrir às novidades do presente é outra. E agir assim é o mesmo que dizer: "Eu não quero colaborar com minha própria felicidade". Como cristãos precisamos ter claro em nossa mente que só existe um Senhor e nós somos servos d'Ele. Se Deus, o Senhor, conta conosco no exercício de um ministério ou deixa de contar, é necessário ter humildade e reconhecer que valemos muito mais do que aquilo que fazemos. São Francisco de Assis afirmava, com razão, que somos o que somos diante de Deus e mais nada. Acolher isso é grande sabedoria e sinal de maturidade. O desejo desenfreado de fazer muitas coisas, mesmo que seja na obra de Deus, pode estar escondendo o grito de um coração ferido que quer ser reconhecido e amado. Mas já está provado que não existe trabalho, nem lugar neste mundo, que possa preencher o vazio de uma alma. Só Deus pode nos curar e saciar plenamente e as mudanças que Ele nos permite viver, muitas vezes, são as oportunidades de restauração que Ele nos oferece. Portanto, se hoje você sofre as consequências de alguma mudança, não pare na dor, reaja, lance raízes neste novo "solo" e procure frutificar aí mesmo. O rio não para onde lhe parece mais florido. Ele passa e segue buscando seu destino. Façamos o mesmo! Na prática, hoje, procure fazer algo concreto para levar o amor de Deus às pessoas, mesmo que sejam atitudes bem simples, mas comece já. Acredito que aí está a cura para muitos males deste mundo. Mãos à obra! Talvez nem necessitemos ir longe, existe muita gente que precisa de nós até dentro de nossas próprias casas. Amar e servir dizem da vocação cristã. Cristo passou por este mundo nos ensinando com a vida essa lição. Se você aceita um conselho: não pare na dor das perdas ou na saudade, experimente amar sem esperar recompensas. Você ficará surpreso com o resultado. Estou rezando e torcendo por você! Por:Dijanira Silva
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Psicólogo, uma ajuda para transpor problemas Muitas pessoas dizem ser bobagem buscar socorro psicológico Comemoramos, no dia 27 de agosto, o Dia do Psicólogo, profissional especializado em avaliar o comportamento humano, seus processos mentais e os fenômenos psíquicos, problemas emocionais, mentais ou de personalidade. Mesmo em 2010, com tantas novidades tecnológicas e a quebra de tantos preconceitos, ainda é muito comum pessoas que precisam passar por tratamento psicológico se sentirem complexadas e até deixarem de procurar ajuda especializada por pensarem que psicólogo é "coisa pra louco" ou que é futilidade ou bobeira. Cabe ao psicólogo "estudar o comportamento dos homens com o objetivo de orientá-los a enfrentar suas dificuldades emocionais e ajudá-los a encontrar o equilíbrio entre a razão e a emoção". A atuação do psicólogo se dá em diversas áreas, incluindo área clínica, hospitalar, social, escolar, empresarial, esportiva. Esse profissional trabalha na promoção da saúde psicológica de indivíduos e grupos, em hospitais, centros de saúde, clínicas, creches, escolas, empresas, asilos, penitenciárias e órgãos judiciais. Muitas pessoas podem pensar: "Mas que bobeira! Eu não preciso de psicólogo...". Vale lembrar que cada pessoa reage de forma diferente ao mesmo tipo de situação de vida. Já reparou que algumas pessoas passam tranquilamente por uma perda e outras não? Que algumas sabem lidar facilmente com dificuldades e outras não? Muitas vezes, por mais que uma pessoa tenha fé e acredite em Deus (fato que é muito importante em qualquer tratamento e situação de vida), ela precisará do apoio de outros profissionais que a ajudem a superar situações difíceis, como perdas, doenças, acidentes e traumas de qualquer natureza, que, por algum motivo, ela não tenha condições emocionais de superá-las. Esse profissional, ao conversar e ouvir os problemas daquele que o procura, de acordo com o tipo de terapia que realiza, ajudará o paciente a transpor suas dificuldades pessoais. Vale lembrar aqui que psicólogos não receitam medicamentos. Este papel é do médico psiquiatra; este, muitas vezes, trabalha em conjunto com o psicólogo. Um diagnosticando e medicando e o outro dando formas para que a pessoa compreenda suas emoções e comportamentos e possa, então, superar suas questões emocionais. Lembramos que não apenas do médico ou do psicólogo depende a cura, mas especialmente da colaboração e da determinação do paciente em favor do tratamento, colaborando com aquilo que é solicitado e, é claro, nunca deixando de acreditar, de ter fé! É essa graça que temos; cada um sendo um, único e diferente em sua forma de ser e reagir. Portanto, ir ao psicólogo deve ser percebido, cada vez mais, como algo natural que faz parte dos cuidados de saúde, comparado da mesma forma quando temos um sintoma físico, por exemplo, uma dor de cabeça e procurar um médico especialista. Com este artigo, pude apresentar um pouco mais sobre essa profissão [psicologia], especialmente na área clínica e também parabenizar todos os psicólogos pelo seu dia. Que Deus abençoe a cada um e que possamos seguir firmes em nossa caminhada! Abraço fraterno! Elaine Ribeiro
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Meu filho tem amigos imaginários Faz parte da educação conhecer as fases de desenvolvimento da criança Como parte do desenvolvimento do comportamento infantil, temos presente, a partir do segundo ano de vida, o mundo do "faz de conta" de forma paralela ao mundo real, o qual se apresenta cheio de vivências fantasiosas, as chamadas fantasias infantis. Esta fase de vida da criança se estende até os 6 anos dela aproximadamente. Nessa fase, geralmente, os pais notam que os filhos criam os amigos invisíveis, com os quais brincam, conversam e até guardam doces ou comidas. Num primeiro momento parece algo "fora do normal", mas, para lidar com o mundo real que ainda é muito difícil de ser aceito e também assimilado, a criança passa a criar seu próprio mundo, o qual lhe permite viver e encontrar solução para tudo e onde tudo é possível. A criança faz seus pensamentos mágicos e suas projeções, vivenciando suas fantasias e suas conversas secretas, aprendendo a lidar com um mundo subjetivo, ou seja, começa a perceber aspectos ligados à abstração, como por exemplo, que cabeça-dura não é apenas uma cabeça dura como pedra, e sim, uma expressão que significa alguém teimoso. É o que aparece nesse mundo do faz de conta; nele a criança "conviverá" com os mitos, os super-heróis, as lendas, tendo sentimentos de medo, de choro, de risadas súbitas, cujo objetivo é ajudá-la no desenvolvimento. É importante lembrar aos pais que, como toda fase de desenvolvimento, esta também vai passar, ou seja, por volta dos 6 ou 7 anos de idade; quando as funções de memória, lógica e inteligência já estão com um desenvolvimento mais avançado, tais fantasias tendem a passar. A partir dessa época, a criança passa a vivenciar sensações de angústia e ansiedade, as quais, muitas vezes, são mais intensas do que podemos imaginar e nem sempre estão ligadas a experiências anteriores, mas sim, ligadas ao próprio desenvolvimento infantil. Você se lembra quando foi para a escola pela primeira vez? Para alguns indivíduos esse evento foi muito desejado e esperado? Já para algumas crianças, ir para escola foi extremamente triste e difícil por terem dificuldade de conviver com outras pessoas que não o pai e a mãe. Ao expressar seus medos (escuro, novas situações, da chuva, do vento forte ou de qualquer situação desconhecida) a criança mostra toda a fragilidade daquilo que não consegue dominar ou perceber a fonte. Portanto, cria seu próprio universo, seu mundo de fantasia, no desejo de resolver seus medos, trabalhar suas angústias e seus desejos, dando vida aos brinquedos, dando vozes aos seus bonecos. Por volta dos três anos de idade, ela inventa um companheiro imaginário para conversar e brincar. Geralmente este personagem é bom, prestativo e é dirigido e comandado por ela, o que lhe dá uma sensação de controle e poder. Se você perceber bem, quantas vezes já pegou sua filha dando bronca nas bonecas assim como você faz como ela? E seu filho, reproduzindo cenas de violência que vê na TV ou mesmo em casa, com seus soldadinhos fortes e poderosos? Fique alerta para o cuidado com janelas ou objetos que possam gerar algum perigo para os filhos. Lembro-me de uma amiga cujo filho, vestido de homem-aranha, subiu na janela do apartamento para tentar saltar, pois ele tinha "poderes mágicos" de escalar paredes e ele não cairia. Ufa! Que susto! Nesses momentos vividos pela criança, faz-se necessário o redobrar de cuidados, principalmente com janelas ou objetos que ofereçam perigo, pois ela pode se sentir tentada a imitar o modo de atuar de seus personagens. Lembre-se de que não apenas os pais querem ter sucesso no papel de cuidadores e responsáveis pelo crescimento da criança, mas, da mesma forma, esta expressa seus conflitos e suas angústias no seu modo de brincar, de reagir com o grupo; como o adulto, ela [criança] tem alta expectativa de não decepcionar os genitores, que são as figuras mais importantes e dos quais ela tem grande dependência física e emocional. O que quero dizer com tudo isso é que você pai e você mãe podem aprender muito conhecendo as fases de desenvolvimento da criança e, com isso, estabelecer um relacionamento próximo e com muito amor e compreensão, algo essencial para o crescimento emocional sadio de uma criança. Por:Elaine Ribeiro
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O valor do matrimônio
Um filho que nasce não deveria ser uma fatalidade
A palavra "sexo" deveria nos fazer pensar imediatamente no leito matrimonial. Mas, infelizmente, não é assim. Logo, se quisermos compreender a sexualidade como foi criada por Deus, devemos passar por uma verdadeira metanóia, uma conversao, uma mudança de mentalidade.
Santo Agostinho, neste processo de transformação do coração, vem em nosso auxílio com seu ensinamento e o seu exemplo. Longe do puritanismo dos hereges, o Doutor de Hipona aceita plena e humildemente o Criador e compreende que é seu dever de cristão considerar Suas obras boas. É com este olhar humilde que ele contempla a realidade do matrimônio e descobre nela um tríplice valor. Trata-se das três bondades (tria bona) do matrimônio.
Esta bondade é dividida em três partes: a fé, a prole, o sacramento. Na [parte da] fé toma cuidado para que, fora do vínculo do casal, não tenham relações com outra ou com outro. Na prole, para que os filhos sejam recebidos com amor, nutridos com bondade e educados religiosamente. No sacramento para que o enlace não se desfaça e o repudiado ou a repudiada se una a outra pessoa, nem mesmo por causa da prole. Esta é como que a regra do matrimônio, pela qual a fecundidade da natureza é ornada, ou a perversidade de incontinência é norteada.
Nota-se, deste modo, que o valor do matrimônio não se encontra apenas na procriação. Se o matrimônio fosse apenas para a procriação, poderíamos compará-lo com um viveiro ou um canteiro artificial onde a única finalidade das pobres plantinhas é "crescer e se multiplicar", aglomeradas naquele espaço acanhado. Se assim o fosse, o casamento seria um lugar asfixiante! Ao contrário, o matrimônio é um jardim. É neste ambiente airoso, onde brotam igualmente a flor e a erva daninha, que somos chamados a colher o fruto da vida. Um filho que nasce não deveria ser uma fatalidade, mas a celebração de uma vida que antes já existia: uma vida a dois, uma comunidade de vida e de amor que não pode ser rompida. Para expressar a união destas duas vidas, Santo Agostinho usou a palavra fides – fé, fidelidade matrimonial.
Ora, esta união é o pressuposto para que possam surgir os filhos (prolis). E a razão é evidente: um filho, que é para sempre, tem direito a ter um pai e uma mãe, para sempre.
E Santo Agostinho não para por aí. Todas as expressões de união física do casal (o contato sexual, a comunidade de vida, os filhos, a partilha dos bens etc.) seriam superficiais, se não fossem precedidas por uma união espiritual (sacramentum). No matrimônio, duas pessoas celebram uma aliança em Cristo Jesus que, selada pela graça do Espírito Santo, tem em vista o Reinado de Deus Pai.
Iluminados por este ensinamento, podemos perceber que quando a união sexual é vivida fora do seu contexto espiritual, o ser humano parece que é mutilado. Transformar o prazer sensível na única finalidade do sexo é perverter a relação do homem com Deus, consigo mesmo e com o seu próximo.
(Trecho do livro "Um olhar que cura - Terapia das doenças espirituais" – pag. 91,92,93).
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A descoberta do amor de Deus está na base da vida cristã. A todos os homens e mulheres será anunciado de várias formas que Deus os ama imensamente, com amor eterno! O Sacramento do Batismo nos introduziu, como membros do Corpo de Cristo, na vida da Igreja, Mãe solícita que nos educa na fé, para sermos autênticos discípulos do Senhor. Trata-se de uma graça! No Batismo se estabelece um novo relacionamento com o Pai – “Eu te batizo em nome do Pai” – uma nova vida em Cristo – “e do Filho” – e a habitação do Espírito em que recebe o Sacramento – “e do Espírito Santo”. No Batismo, fomos sepultados com Cristo e com Ele ressuscitados, pela fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos (cf. Cl 2, 12-14). Toda a vida se transforma, quando se acolhe a graça que vem do alto. Ao lado de um novo relacionamento com o próximo, na caridade, e da formação interior na prática das virtudes, e como fundamento de tais práticas, estabelece-se um relacionamento com Deus, chamado oração. Quem reza se salva, repete-se na Igreja no correr dos séculos! Faz-se necessário encontrar na vida a arte da oração. “A oração não se pode dar por suposta; é necessário aprender a rezar, voltando sempre de novo a conhecer esta arte dos próprios lábios do divino Mestre, como os primeiros discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar» (Lc 11,1-13). Na oração, desenrola-se aquele diálogo com Jesus que faz de nós seus amigos íntimos: «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4). Esta reciprocidade constitui precisamente a substância, a alma da vida cristã. Obra do Espírito Santo em nós, a oração abre-nos, por Cristo e em Cristo, à contemplação do rosto do Pai. Aprender esta lógica trinitária da oração cristã, vivendo-a plenamente sobretudo na liturgia, meta e fonte da vida eclesial, mas também na experiência pessoal, é o segredo dum cristianismo verdadeiramente vital, sem motivos para temer o futuro porque volta continuamente às fontes e aí se regenera” (Novo Millenio Ineunte, n. 32). As nossas comunidades devem tornar-se autênticas escolas de oração, onde o encontro com Cristo não se exprima apenas em pedidos de ajuda, mas também em ação de graças, louvor, adoração, contemplação, escuta, afetos de alma, até se chegar a um coração verdadeiramente apaixonado. Uma oração intensa, mas sem afastar do compromisso na história: ao abrir o coração ao amor de Deus, ela o abre também ao amor dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a história segundo o desígnio de Deus (ibidem, n. 33). É bom esclarecer que na Igreja se usam, um pelo outro, os verbos orar e rezar, em maiores complicações. Abraão intercede por cidades marcadas pela iniquidade (cf. Gn 18, 20-32), pechinchando com Deus, na súplica por um desconto no número de justos a serem ali encontrados. As situações mais desesperadoras podem ser apresentadas diante de Deus Pai. Trata-se de desenvolver a sensibilidade que nos permita abrir o coração diante do Altíssimo, derramando em Suas entranhas de misericórdia tudo o que vivemos. O Senhor responde a cada vez que O invocamos (cf. Sl 137). E quando não nos atende é porque sabe o que é melhor para nós, ou porque misteriosamente se envolve a liberdade das pessoas, que podem acolher ou rejeitar a graça de Deus. O início da oração será sempre a abertura à Sua vontade. Jesus nos ensinou a orar dando-nos de presente o “Pai-Nosso”. Não há melhor nem mais completa oração do que esta. Todos os outros pedidos e súplicas, sendo parecidos com as que compõem a oração do Senhor, serão autênticos. Nos sete pedidos do Pai-Nosso estão contidos os únicos e verdadeiros bens necessários. Os três primeiros pedidos visam a glória de Deus. Reconhecemos a Santidade do nome de Deus, pedimos e acolhemos o Seu Reino e Sua Vontade. Nos quatro pedidos que se seguem, pedimos o perdão dos pecados e nos comprometemos a perdoar como somos perdoados. Dele esperamos a vitória contra a tentação, porque a causa de nossos pecados são as tentações. Não é pecado ser tentado, mas consentir nas tentações, pelo que pedimos para não cair! Tudo isso porque Deus é o Pai que dá a cada dia o alimento desta terra e o Pão da vida, a Eucaristia. Pedimos o pão para hoje com a confiança de que amanhã voltaremos a pedir e nosso Pai no-lo dará de novo! Jesus nos convida para pedir com perseverança, sem nunca desanimar.Deus não nos dará sempre o que Lhe pedimos ou do jeito que esperamos receber, pois, muitas vezes, não sabemos o que nos convém. Mas o Pai nos dará sempre o Espírito Santo. São Paulo diz que o Espírito Santo Paráclito vem em auxílio de nossa fraqueza, pois não sabemos rezar. Repetindo com perseverança o Pai-Nosso chegaremos ao “tom” da oração que nos harmoniza com o plano de Deus! O pedido perseverante deixará de ser egoísta e se transformará em oração, que nos eleva e nos aproxima de Deus. Dom Alberto Taveira CorrêaEnsina-nos a rezar
Jesus nos convida a pedir com perseverança
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A Santa Missa As duas partes que constituem, de algum modo, a Missa, isto é, a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, estão tão intimamente ligadas entre si, formando um só ato de culto. Ninguém deve aproximar-se da mesa do Pão do Senhor, senão depois de ter estado presente à mesa da Sua Palavra. É da máxima importância, pois, a Sagrada Escritura na celebração da Santa Missa. A leitura da perícope evangélica é reservada ao ministro ordenado, ou seja, ao diácono ou ao sacerdote. As outras leituras, quando for possível, sejam confiadas a quem tenha recebido o ministério de leitor ou a outros leigos, preparados espiritual e tecnicamente. À primeira leitura segue-se um Salmo responsorial, que faz parte integrante da Liturgia da Palavra. A homilia tem por fim explicar aos fiéis a Palavra de Deus, proclamada nas leituras, e atualizar a mensagem dela. Compete, portanto, ao sacerdote ou ao diácono fazê-la [homilia]. A proclamação da Oração Eucarística que, por sua natureza, é como que o ponto culminante de toda a celebração, é reservada ao sacerdote, em virtude de sua ordenação. É um abuso, portanto, deixar que algumas partes da referida oração sejam ditas pelo diácono ou por um ministro inferior ou pelos simples fiéis. No entanto, a assembleia não fica passiva e inerte: une-se ao sacerdote na fé e no silêncio e manifesta a sua adesão com as várias intervenções previstas no desenrolar da Oração Eucarística: as respostas ao diálogo do prefácio, o Sanctus, a aclamação depois da consagração e o Amém final, depois do “Por Cristo”, que também é reservado ao sacerdote. Este Amém final, em particular, deveria ser valorizado com o canto, porque é o Amém mais importante de toda a Missa. Modificar as Orações Eucarísticas aprovadas pela Igreja ou adotar outras diversas, de composição privada, é abuso gravíssimo. A comunhão Eucarística é um dom do Senhor, que é dado aos fiéis por intermédio do ministro deputado para isso. Não se admite que os fiéis, por intermédio do ministro deputado para isso. Não se admite que os fiéis tomem eles próprios o Pão Consagrado e o Cálice Sagrado, e muito menos se admite que os fiéis os passem uns aos outros. O fiel religioso ou leigo, que está devidamente autorizado como ministro extraordinário da Eucaristia, poderá distribuir a Comunhão somente quando faltarem o sacerdote, ou diácono ou o acólito, ou quando o sacerdote estiver impedido por motivo de enfermidade ou por causa da idade avançada, ou quando o número de fiéis que se aproximam da Comunhão for tão grande que faça demorar excessivamente a celebração da Santa Missa. Recomenda-se aos fiéis que não se descuidem, depois da Comunhão, de uma justa e indispensável ação de graças, quer na própria celebração – com alguns momentos de silêncio e um hino, ou um salmo, ou ainda um outro cântico de louvor – quer terminada a Celebração Eucarística, permanecendo possivelmente em oração durante um conveniente espaço de tempo.
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Parábola das dez virgens
Pelo serviço desta vida nós nos preparamos para a ressureeição dos mortos.
O que nos prepara a vida, em cada momento e em cada circunstância? Não estar devidamente preparado pode nos trazer muitos problemas e mesmo conseqüências desagradáveis. No parágrafo precedente, o bom servidor devia ser fiel e prudente. Aliás, as duas parábolas que se seguem retomam, dirigindo-se a todos os cristãos, a dupla exigência: a prudência, no caso da presente parábola, e a fidelidade com os servos fiéis aos interesses do mestre. Muitos vêem nas virgens a imagem da vida contemplativa e nos servidores a imagem da vida apostólica.
Cada um de nós está nesta expectativa da vinda do Senhor, pois as virgens representam a humanidade inteira que é convidada a acolher a pessoa de Jesus, o Filho de Deus. Saíamos, como Abraão, ao Seu encontro portando as lâmpadas, que simbolizam a vigilância.
S. Hilário de Poitiers (367) destaca que 'o Esposo e a Esposa nos indicam nosso Senhor, Deus encarnado... Pelo serviço desta vida nós nos preparamos para a ressurreição dos mortos. As lâmpadas são a luz das almas, que resplandecessem pelo sacramento do batismo. O óleo é o fruto da boa obra. Os vasos são os corpos humanos. Neles está escondido o tesouro da consciência reta... O atraso do Esposo é o tempo da penitência; o sono dos que esperam é o repouso dos fiéis e a morte temporária. O clamor no meio da noite é a trombeta que precede a vinda do Senhor e desperta todos os homens...'
S. Gregório de Nissa (395) dirá, de um modo menos alegórico, que as virgens tolas 'não tinham em suas almas a luz que é o fruto da virtude, nem no pensamento a lâmpada do Espírito. São chamadas de tolas, porque a virtude se atinge antes da chegada do Esposo'.
S. Gregório explica como estas lâmpadas iluminadas simbolizam a preparação espiritual para a vinda do Cristo. O Senhor nos convida para festejar em sua mesa de banquete. Estamos prontos para encontrá-lo?
'Senhor, tornai-me vigilante e atento à vossa voz de modo que eu possa estar sempre atento ao vosso chamado. Que eu encontre alegria em vossa presença e encontre prazer em fazer vossa vontade.'
Dom Fernando Figueiredo
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Parábola do Homem Rico E propôs-lhe esta parábola: Havia um homem rico cujos campos produziam muito. E ele refletia consigo: Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita. Disse então ele: Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens. E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Deus, porém, lhe disse: Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão? Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus. Lc 12,16-21 Jesus conta esta parábola a fim de ensinar aos seus discípulos e filhos a confiarem na providência de Deus. O homem citado representa a humanidade, reparem que ele já era rico antes da tal colheita, então não precisaria de mais bens, poderia ter vivido tranquilamente, mas a avareza tomou conta dele, talvez ele quisesse apenas impressionar as pessoas ao mostrar suas riquezas e ai à vaidade e o desejo de ser melhor tomou conta dele. Seu tesouro baseava-se em bens materiais e Deus não fazia parte disso, por isso Ele o chamou de insensato e disse aquele homem que ele não veria sua colheita, pois aquilo não teria vindo da providência divina e sim de um mau desejo humano. Dois mil anos depois de contada esta parábola, podemos perceber que nada mudou muito, ou melhor, mudou para pior. As pessoas estão sendo cada vez mais sugadas pelo mundo da vaidade e não se dão conta disto. Deus está sendo muito misericordioso com a humanidade, porém não está havendo mudança de comportamento. Muitas pessoas suam sangue para ter o mínimo de conforto no futuro, outras conseguem seu conforto através de meios ilegais, e assim tudo vai caminhando, um sem se importar com o bem estar do outro, pensando apenas em si mesmo e em seu futuro. Porém, nesta parábola Jesus vem dizer a todos para não se preocuparem com o amanhã, porque nada faltará para os que confiam n’Ele, vão-se os anéis ficam os dedos, vão-se as roupas, ficam os corpos. A providência divina é concedida para aqueles que depositam toda a sua vida nas mãos do Senhor, só basta ter fé e tudo será concedido, porque todas as pessoas que são puras de almas e coração são herdeiros de um grande tesouro, o reino dos céus. Por isso não adianta ter casas, terras, ouro e demais bens, tudo isso é passageiro, mais o tesouro de Deus é eterno, demora se a ser conquistado, mais depois da vitória pode ser usufruído para sempre. Deus precisa apenas de um coração humilde e fraterno para poder realizar sua obra. Então, qual é o seu tesouro hoje? As coisas supérfluas da vida ou as coisas que vem de Deus? Qual será mais útil a você para a vida eterna? Reflita sobre os “negócios, investimentos” que você vem fazendo no mundo, será que estais fazendo a colheita certa? E lembre-se, onde estiver o vosso coração, também estará o vosso tesouro. (Luc, 12,34) Bellyzia Gama Membro Discipulado da Comunidade Doce Coração de Jesus e Maria - Guarabira/PB. BELLYZIA GAMA
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No 4° final de semana de agosto, a Igreja Católica celebra a vocação dos fiéis leigos. Incorporados a Cristo pelo batismo, eles participam das funções de Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor. Conforme afirmação do "Documento de Puebla", são "homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja" (DP, 786). Paulo VI lembrava que "o espaço próprio de sua atividade evangelizadora é o vasto e complexo mundo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos Meios de Comunicação Social, e outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento" (EN, 70). Além desse espaço próprio, a Conferência de Aparecida afirma que "os leigos também são chamados a participar na ação pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de apostolado, segundo as necessidades locais sob a guia de seus pastores". Ainda: "aos catequistas, ministros da Palavra e animadores de comunidades que cumprem magnífica tarefa dentro da Igreja, os reconhecemos e animamos a continuarem o compromisso que adquiriram no batismo e na confirmação" (DA, 211). O Catecismo da Igreja Católica declara que "todos os fiéis são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação". Por isso, "os leigos têm a obrigação e o direito de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra" (CIC, 900). A Igreja reconhece o grande trabalho desenvolvido pelos fiéis leigos e leigas na obra evangelizadora. Como bispo, estou ciente de que a Igreja ganha beleza e eficiência na medida em que conta com a efetiva participação de leigos em sua obra evangelizadora. Quando bispos, padres, religiosos e leigos atuarmos em igualdade de condições e com igual senso de responsabilidade, o rosto da Igreja Diocesana será muito mais atraente e a mensagem de Jesus Cristo será melhor anunciada e assimilada. Parabéns pelo dia do leigo e da leiga e obrigado pelo testemunho fiel ao Evangelho e que Deus abençoe sua missão, sua vida e seu trabalho! Dom Canísio KlausO leigo na Igreja
Todos os fiéis são encarregados por Deus ao apostolado
Bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul - RS
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Prevenção da AIDS
Camisinha: pode ou não pode?
A mensagem central da Igreja não é se se pode ou não utilizar o preservativo, declara o Cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Conselho Pontifício para a Saúde, em resposta à impressão dada pelo debate da opinião pública em dias recentes.
Nesta entrevista concedida a Zenit, o purpurado mexicano, a quem João Paulo II encomendou o testemunho cristão no meio dos enfermos, em particular dos afetados pelo vírus HIV, marca a proposta pastoral da Igreja para prevenir e combater a aids, desde toda a amplitude de sua perspectiva.
-Dá a impressão de que, para os meios de comunicação, a única mensagem que pode oferecer a Igreja hoje é se se pode utilizar ou não o preservativo. É assim?
--Cardeal Lozano: Vamos abrindo o tema. Nós, especialmente neste Conselho Pontifício, temos a obrigação de lutar contra a aids, porque o Papa nos pôs para fazer frente pastoralmente às enfermidades emergentes. Como podemos fazer frente desde este Dicastério à aids?
A resposta é com os Mandamentos. Em particular, este desafio afeta dois mandamentos específicos: um é o quinto, «não matarás», que é um desdobrar dos dois primeiros: amar a Deus e amar o próximo. O outro mandamento é o sexto, «Não cometerás adultério».
Pelo mandamento «Não matarás» estamos obrigados a não matar ninguém, mas ao mesmo tempo a não deixar-nos matar, ou seja, a proteger nossa vida. Tanto é assim, que é doutrina tradicional da Igreja, que nunca mudou, que para defender a própria vida inocente se pode chegar inclusive a matar o agressor. Se o agressor tem o vírus Ebola, gripe ou aids e quer me matar, eu tenho de me defender. Se me quer matar com a aids, tenho de me defender da aids. Como me defendo? Com o meio mais apropriado. O que eu considere: é uma clava? Que seja com uma clava. É uma pistola? Que seja uma pistola? Com um preservativo? Se é eficaz para defender-me, sim, neste caso de injusta agressão.
--O que sugerem para a prevenção da aids?
--Cardeal Lozano: Há que ver quais são as maneiras de contrair a aids. São três: o sangue, a transmissão materno-filial e o sexo.
Pelo que se refere ao sangue, dizemos, «cuidado com as transfusões! Cuidado com as seringas da droga!».
Pelo que se refere à transmissão materno-filial, dizemos: «mamães, cuidado com a transmissão às crianças». Graças a Deus já há medicamentos eficazes. «Cuidado no parto! Cuidado na hora de amamentar os filhos, pois pode ser muito perigoso!».
Em terceiro lugar está o sexo, para o qual o remédio é a abstinência e a fidelidade. Por quê? Porque o sexo é a expressão mais sublime do amor que Deus nos deu. E significa o amor vital e a vida é a doação total. O que quer dizer que o sexo exige entre o homem e a mulher, que não fique nada restante para um terceiro. Portanto, o sexo realmente só pode viver-se no matrimônio único e permanente durante toda a vida. Para defender a preciosidade do sexo, Deus pôs um mandamento absoluto, enunciando em forma negativa: «Não cometerás adultério». Não disse «Não tenhas relações sexuais». As relações sexuais são precisamente a expressão maior do amor humano, que se leva a cabo no matrimônio. O celibato é ainda maior, mas se trata de um amor divino.
Seguindo estes dois mandamentos, «não matarás» e «não cometerás adultério», protege-se a vida. Como nos defendemos da aids? Protegendo a vida, em sua dignidade sexual e em sua agressão maliciosa. Se nos opomos a sua agressão maliciosa, se não rompemos a preciosidade desse cristal finíssimo que é o sexo, não contraímos a aids.
--De maneira que a Igreja não oferece receitas, mas que anuncia os dez mandamentos.
--Cardeal Lozano: Entendamos que nesse sentido estamos falando do centro do cristianismo, pois se trata de amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo. O que conta é a abstinência, a fidelidade e «não matarás».
Fonte: (ZENIT.org)
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Qual o propósito da Bíblia O fator mais importante – que classifica a Bíblia como o livro mais singular – é a influência que ela tem sobre a vida dos homens. Embora a Sagrada Escritura seja um grande tesouro com respeito à sua contribuição para humanidade em literatura, filosofia e história, o maior valor deste livro se encontra na grande influência que exerce sobre as pessoas. Através de suas páginas o homem se vê exposto à sua verdadeira condição diante de Deus; a Palavra de Deus é como uma espada que penetra até os pensamentos e propósitos do homem e o convence de seus pecados diante do Todo-poderoso (cf. Hb 4:12). "Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração"). Santo Agostinho era um homem indisciplinado e libertino em sua juventude, porém, sua mãe orava por ele enquanto ele crescia. Depois de levar uma vida dissoluta por muitos anos, certo dia, com trinta e um anos de idade, ao ler a Bíblia debaixo de uma figueira, chegou ao trecho que diz "Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências" (Rm 13:13-14). Essas palavras o convenceram dos seus pecados e ele se arrependeu diante do Senhor e se tornou um servo de Cristo. No curso da história, muitas pessoas famosas foram movidas a crer em Cristo e a ler a Sagrada Escritura. O imperador francês Napoleão, após ter sido derrotado e exilado na ilha de Santa Helena, confessou que embora ele e outros grandes líderes tivessem fundado seus impérios com uso da força, Jesus Cristo edificou Seu Reino com amor. E também confessou que embora pudesse reunir seus homens em torno dele em prol de sua própria causa, ele teria de fazê-lo falando-lhes face a face, enquanto, por dezoito séculos [na época], incontáveis homens e mulheres se dispuseram a sacrificar, com alegria, a própria vida por amor a Jesus Cristo, sem tê-Lo visto sequer uma vez. A razão pela qual muitos se dispuseram a deixar tudo para seguir a Cristo e ser martirizados por causa d'Ele é que eles O viram revelado na Bíblia. Esse livro sagrado tem sido a fonte de inspiração para que muitos creiam em Nosso Senhor Jesus Cristo. E embora muitos reis, imperadores e governantes tenham tentado, nos últimos dois mil anos, erradicar a Bíblia, a começar pelos imperadores romanos do primeiro século até os governos ateus deste século, nenhum poder sobre a terra tem conseguido abalar a atração do homem por esse livro sagrado e pela Pessoa maravilhosa que ele revela. O Cristo revelado na Bíblia continua hoje tão vivo como há dois mil anos. Nenhuma biografia de homem sobre a terra tem transformado tantas vidas como a vida de Jesus Cristo o faz. A Bíblia existe para que possamos compreender, temer, respeitar e amar a Deus sobre todas as coisas, assim ela se denomina a si mesma como a Sagrada Escritura: "E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (cf. II Tm 3,15-17). A revelação principal da Bíblia é a vida; o diabo veio para matar, roubar e destruir, mas Jesus Cristo veio para que aqueles que n'Ele cressem, e por Ele vivessem, tenham vida e vida em abundância. "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10,10). Por isso, quando lemos a Bíblia, devemos entrar em contato com o Senhor Jesus, orando para que Ele nos dê revelação da palavra lida. "Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos" (Ef 6,17-18). E orando também para que sejamos capacitados pelo Espírito Santo para viver a Palavra de Deus, e não só apenas conhecê-la em nossa mente, pois o simples fato de conhecermos a Bíblia não nos faz cristãos; os judeus cometeram esse erro, pois eles examinavam as Escrituras, mas não conheciam a Pessoa de Cristo. "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida" (Jo 5,39-40). Isso pode ser mais bem compreendido ao analisarmos o versículo de II Coríntios, 3,6: "O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica". Não devemos tomar a Bíblia como um livro comum, apenas para nos trazer algum conhecimento a nossa mente, mas devemos tomá-la como um livro de vida, contatando o Senhor Jesus, através da oração, para que Ele nos conceda algo vivo em Sua Palavra, ou seja, algo que traga uma lição prática para o nosso viver no dia a dia, pois a intenção de Deus, revelada na Sagrada Escritura, não é apenas a salvação do nosso espírito, como também a salvação de todo o nosso ser, para que consigamos viver coletivamente na Igreja, que é comparada ao Corpo e à Esposa de Cristo: "O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" (I Tm 2,4). "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (I Ts 5,23). "Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo" (I Cor 12,27). "Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou" (Ap 19,7). Padre Anderson MarçalNenhuma biografia tem transformado tantas vidas como a vida de Jesus
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