Celina Borges-Tudo Posso-Musica Catolica

Feliz ano novo aos amigos(as)

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Feliz Ano Novo

A todos um feliz ano novo, muita sorte, saúde e sucesso


Mensagem de Natal

Um abraço de Jesus !!!


Uma das mais lindas músicas de ofertório da Igreja Católica (Renovação Carismática Católica). Difícil dizer quem não conhece ou conheceu a banda Renovada Agnus Dei!

Esta é minha mensagem de Natal a todos os meus amigos e também a todos os que pelo YouTube virem este vídeo.


Lindo Canto de Guerra entoado contra o inimigo, um dos mais belos da Renovação Catismática Católica, na voz de Padre Jonas Abib e Com. Canção Nova.
As imagens são desde a anunciação do anjo, passando pelo batismo de Jesus, sua crucificação, sepultamento, Ressureição! E lindas imagens de Aparecida e imagens de Nossa Senhora diversas! No final mensagem da Sagrada Família!

Vídeo caseiro, para reflexão e oração de quanto Deus nos chama a propagar Seu Reino pelo mundo! E Maria ajuda combatendo conosco fortemente contra o inimigo!

Ore bastante! www.cancaonova.com

Uma música de Padre Jonas Abib que fala sobre a importante missão que Jesus nos deixou: a pregação do Evangelho


Quisera, Senhor, neste Natal, armar uma árvore
dentro do meu coração e nela colocar os nomes
de todos os meus amigos. Reais ou virtuais.

Rezar, orar para viver

Rezar não é só falar com Deus. É viver com Ele, por Ele e pelos irmãos. "Rezar é viver uma presença de amor em sua vida e fazer tudo por Deus", explica frei Patrício Sciadini em seu livro "Rezar é". Orar continuamente, sem cessar, foi ordem de Jesus aos Seus discípulos. Rezar é orar e trabalhar para o Reino de Deus, para acudir os pobres, os doentes, trabalhar pela justiça, exercer uma profissão e fazê-lo a serviço do próximo. Trabalhar assim é colocar a oração dentro da vida e fazer a vida uma oração.
O contato com Deus nos desintoxica da maldade e coloca a oração sempre dentro da vida. Nas palavras de frei Patrício: "Rezar é viver, é amar e deixar-se amar, é evangelizar, abandonar-se em Deus, cantar salmos, olhar os lírios do campo, ouvir os pássaros, desabafar o coração, dizer 'sim' e nunca dizer 'não' a Deus".
Na vida cristã, o nosso momento de estar a sós com Deus é na oração pessoal, assim como Jesus também o tinha. Mas a oração cristã não é um ato realizado apenas em benefício próprio, e sim, em benefício dos outros; não rezamos só para nós mesmos. Jesus, Maria e os grandes santos da Igreja sempre colocaram em suas orações a preocupação com os homens, pois, para o cristão, orar não é apenas contemplar a Deus, mas também orar pelo próximo, o que gera atitudes concretas de amor.
A oração é o que nos mantém vivos. Assim como a planta não cresce e não dá frutos se estiver exposta ao sol, também o coração humano não desabrocha para a vida se não tiver Deus. Quem não reza corre o risco de morrer internamente. Mais cedo ou mais tarde sentirá a falta de algo, como se fosse o ar para respirar, o calor para viver, a luz para ver, o alimento para crescer e sustentar-se. É como se lhe faltasse um objetivo para dar sentido à vida.
Santo Afonso de Liguori, fundador dos Redentoristas, dizia que "quem reza se salva e quem não reza se condena".
O corpo não vive sem alimento. A alma também não. Mas, na prática, notamos que a maioria dos cristãos parece não conhecer esta verdade. Quem mantém o controle de sua vida sabe como a oração lhe faz falta... bastam alguns dias sem oração para as tentações aumentarem e sair do caminho.
Para rezar, procure estar em silêncio dentro de si e ao seu redor. Não é sempre fácil criar esse ambiente [o silêncio], mas é no silêncio que Deus se manifesta e podemos ouvi-Lo.
Quanto mais rezamos, tanto mais temos vontade de rezar e de ajudar aqueles que sofrem. Ao contrário, quando rezamos pouco, menos queremos rezar.
Quem reza sente os frutos do Espírito que fazem a vida mais bela e mais harmoniosa.
(Artigo extraído do livro "Cristãos de atitude" – O caminho espiritual proposto por Dom Bosco, Editora Canção Nova).

PIO IX:
“E, apoiando-se nos funestíssimos erros do comunismo e do socialismo, asseguram que a “sociedade doméstica tem sua razão de ser somente no direito civil” (Quanta Cura, 5).
LEÃO XIII:
“Não ajudar o socialismo - 34. Tomai ademais sumo cuidado para que os filhos da Igreja Católica não dêem seu nome nem façam favor nenhum a essa detestável seita” (Quod Apostolici Muneris, no. 34).
“Porque enquanto os socialistas, apresentando o direito de propriedade como invenção humana contrária a igualdade natural entre os homens; enquanto, proclamando a comunidade de bens, declaram que não pode tratar-se com paciência a pobreza e que impunemente se pode violar a propriedade e os direitos dos ricos, a Igreja reconhece muito mais sabia e utilmente que a desigualdade existe entre os homens, naturalmente dissemelhantes pelas forças do corpo e do espírito, e que essa desigualdade existe até na posse dos bens. 29. Ordena, ademais, que o direito de propriedade e de domínio, procedente da própria natureza, se mantenha intacto e inviolado nas mãos de quem o possui, porque sabe que o roubo e a rapina foram condenados pela lei natural de Deus” (Quod Apostolici Muneris, - Encíclica contra as seitas socialistas, no. 28/29).
“Entretanto, embora os socialistas, abusando do próprio Evangelho para enganar mais facilmente os incautos, costumem torcer seu ditame, contudo, há tão grande diferença entre seus perversos dogmas e a puríssima doutrina de Cristo, que não poderia ser maior” (Quod Apostolici Muneris, 14).
“25. Daquela heresia (protestantismo) nasceu no século passado o filosofismo, o chamado direito novo, a soberania popular, e recentemente uma licença, incipiente e ignara, que muitos qualificam apenas de liberdade; tudo isso trouxe essas pragas que não longe exercem seus estragos, que se chamam comunismo, socialismo e nihilismo, tremendos monstros da sociedade civil” (Diuturnum, Encíclica sobre a origem do poder- n° 25).
“A Igreja, pregando aos homens que eles são todos filhos do mesmo Pai celeste, reconhece como uma condição providencial da sociedade humana a distinção das classes; por esta razão Ela ensina que apenas o respeito recíproco dos direitos e deveres, e a caridade mútua darão o segredo do justo equilíbrio, do bem estar honesto, da verdadeira paz e prosperidade dos povos. (…) “Mais uma vez Nós o declaramos: o remédio para esses males [da sociedade] não será jamais a igualdade subversiva das ordens sociais” ( Alocução de 24/01/1903 ao Patriarcado e à Nobreza Romana).
” Importa, por conseqüência que nada lhe seja à democracia cristã mais sagrado do que a justiça que prescreve a manutenção integral do direito de propriedade e de posse; que defenda a distinção de classes que sem contradição são próprias de um Estado bem constituído”. ( Leão XIII, Graves de Communi Re n° 4).
“A sociedade humana, tal qual Deus a estabeleceu, é formada de elementos desiguais, como desiguais são os membros do corpo humano; torná-los todos iguais é impossível: resultaria disso a própria destruição da sociedade humana.”
“A igualdade dos diversos membros sociais consiste somente no fato de todos os homens terem a sua origem em Deus Criador; foram resgatados por Jesus Cristo e devem, segundo a regra exata dos seus méritos, serem julgados por Deus e por Ele recompensados ou punidos.”
“Disso resulta que, segundo a ordem estabelecida por Deus, deve haver na sociedade príncipes e vassalos, patrões e proletários, ricos e pobres, sábios e ignorantes, nobres e plebeus, os quais todos, unidos por um laço comum de amor, se ajudam mutuamente para alcançarem o seu fim último no Céu e o seu bem-estar moral e material na terra.” (extraída da Encíclica Quod Apostolici Muneris)
S. PIO X:
“Se [Cristo] chamou junto de si, para os consolar, os aflitos e os sofredores, não foi para lhes pregar o anseio de uma igualdade quimérica” (Notre Charge Apostolique n. 38).
PIO XI:
Não é verdade que na sociedade civil todos temos direitos iguais, e que não exista hierarquia legítima (Divini Redemptoris n° 33).
“A fim de pôr termo às controvérsias que acerca do domínio e deveres a ele inerentes começam a agitar-se, note-se em primeiro lugar o fundamento assente por Leão XIII, de que o direito de propriedade é distinto do seu uso (Encíclica Rerum Novarum, n°35). Com efeito, a chamada justiça comutativa obriga a conservar inviolável a divisão dos bens e a não invadir o direito alheio, excedendo os limites do próprio domínio; mas que os proprietários não usem do que é seu, senão honestamente, é da alçada não da justiça, mas de outras virtudes, cujo cumprimento não pode urgir-se por vias jurídicas (cfr. Rerum Novarum, n° 36)” - Encíclica Quadragesimo Anno.
“Sem razão afirmam alguns que o domínio e o seu uso são uma e a mesma coisa; e muito mais ainda é alheio à verdade dizer que se extingue ou se perde o direito de propriedade com o não uso ou abuso dele” -Encíclica Quadragesimo Anno.”
“E se o socialismo estiver tão moderado no tocante a luta de classes e a propriedade particular, que já não mereça nisto a mínima censura? Terá renunciado por isso a sua natureza essencialmente anticristã? (…)Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos: o socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como “ação”, se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso a verdade cristã. (…) ” (Quadragesimo Anno, nos. 117 e 120)
“Socialismo religioso, socialismo cristão, são termos contraditórios: ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e socialista verdadeiro” (Quadragesimo Anno, no. 119)
“Estas doutrinas, que Nós de novo com a nossa suprema autoridade solenemente declaramos e confirmamos (…)” (Quadragesimo Anno, no. 120)
PIO XII:
“Pois bem, os irmãos não nascem nem permanecem todos iguais: uns são fortes, outros débeis; uns inteligentes, outros incapazes; talvez algum seja anormal, e também pode acontecer que se torne indigno. É pois inevitável uma certa desigualdade material, intelectual, moral, numa mesma família (…) Pretender a igualdade absoluta de todos seria o mesmo que pretender idênticas funções a membros diversos do mesmo organismo” (Discurso de 4/4/1953 a católicos de paróquias de S. Marciano)
JOÃO XXIII:
“Da natureza humana origina-se ainda o direito à propriedade privada, mesmo sobre os bens de produção” (Pacem in Terris, n°. 21).
PAULO VI:
Em 1965 durante o Concílio Vaticano II, Paulo VI recebeu o Conselho Episcopal Latino-Americano e na sua alocução ele atenta para o “Ateísmo marxista”. Ele o apresenta como uma força perigosa, largamente difundido e extremamente nociva, que se infiltra na vida econômica e social da América Latina e pregando a “Revolução violenta como único meio de resolver os problemas” (Extraído do livro “Le Rhin se jette dans le tibre”, pág 273. Ralph Wiltgen. Ed Editions du Cédre 1974, 5a tiragem)
JOÃO PAULO II:
“Nesta luta contra um tal sistema (o Papa está falando do capitalismo selvagem) não se veja, como modelo alternativo, o sistema socialista, que, de fato, não passa de um capitalismo de estado, mas uma sociedade do trabalho livre, da empresa e da participação” (no. 35) “A Igreja reconhece a justa função do lucro, como indicador do bom funcionamento da empresa” (no. 35) “Aquele Pontífice (Leão XIII), com efeito, previa as conseqüências negativas, sob todos os aspectos - político, social e econômico - de uma organização da sociedade, tal como a propunha o “socialismo”, e que então estava ainda no estado de filosofia social e de movimento mais ou menos estruturado. Alguém poderia admirar-se do fato de que o Papa começasse pelo “socialismo” a crítica das soluções que se davam à “questão operária”, quando ele ainda não se apresentava - como depois aconteceu - sob a forma de um Estado forte e poderoso, com todos os recursos à disposição. Todavia Leão XIII mediu bem o perigo que representava, para as massas, a apresentação atraente de uma solução tão simples quão radical da “questão operária”. (n°. 12).
” Aprofundando agora a reflexão delineada (…) é preciso acrescentar que o erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social, enquanto, por outro lado, defende que esse mesmo bem se pode realizar prescindindo da livre opção, da sua única e exclusiva decisão responsável em face do bem e do mal. O homem é reduzido a uma série de relações sociais, e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autônomo de decisão moral, que constrói, através dessa decisão, o ordenamento social. Desta errada concepção da pessoa deriva a distorção do direito, que define o âmbito do exercício da liberdade, bem como a oposição à propriedade privada”. (no. 13).
“Na Rerum Novarum, Leão XIII com diversos argumentos, insistia fortemente, contra o socialismo de seu tempo, no caráter natural do direito de propriedade privada. Este direito, fundamental para a autonomia e desenvolvimento da pessoa, foi sempre defendido pela Igreja ate nossos dias” (Enc. Centesimus Annus, tópico 30 da ed. Paulinas)

o Sofrimento reparador

As mensagens de Nosso Senhor Jesus Cristo são tão ricas que dão margem a várias reflexões, com as quais podemos mudar e melhorar a nossa vida. Muitas vezes, nós nos lastimamos pelos nossos sofrimentos, quando deveríamos enfrentá-los, com coragem e paciência, na esperança de dias melhores. O pobre da parábola contada no Evangelho de São Lucas 16, 91-31 sofria, mas se contentava com as migalhas que caíam da mesa do rico. No entanto, ao morrer, “foi levado pelos anjos ao seio de Abraão”.
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O seu mérito não foi ser pobre, mas enfrentar sua vida de sofrimentos com galhardia e paciência, sem revolta.
Ninguém gosta de sofrimento, mas ele acontece para todos. Jesus Cristo suou sangue ao pensar no sofrimento que O esperava, mas o enfrentou com coragem, paciência e amor. A Ressurreição do Senhor é uma prova de que o sofrimento, aqui na terra, é efêmero e o que importa é a abertura de nosso coração para Deus e Seus desígnios e para o nosso irmão, a fim de que possamos dar-lhe a mão e, juntos, vencer as dores, os sofrimentos e os obstáculos que surgem em nossa vida e na vida do outro.
A dor lava a nossa alma do pecado, assim como a pedra preciosa cintila cada vez mais bela quando é burilada e fica livre das impurezas. Conhecemos vários exemplos, na vida dos santos de Deus e até no nosso cotidiano, de que o sofrimento nos enobrece, nos torna mais fortes, firmes e seguros “como o cedro do Líbano”.
O Cristo afirma que fazer de nossas dificuldades um muro de lamentações não melhora a situação nem nos mostra caminhos melhores. Devemos enfrentar nossas dores como se elas fossem um trampolim para um amor maior; abraçar a nossa cruz com carinho e energia pode nos levar a dias de felicidade e à esperança de nossa ressurreição com Cristo Jesus.
Padre Wagner Augusto Portugal




CNBB
Dom Dimas: ''Que o cerne de toda política pública seja a pessoa humana, sagrada, intocável, desde o momento em que passa a existir''
O jornal O Estado de S. Paulo, em sua edição de sexta-feira, 20, na página A7, trouxe uma nota afirmando que o secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, “admitiu que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto”. A citação, fora de seu contexto, leva o leitor a interpretações que não correspondem em absoluto à posição do secretário geral em relação a este tema.

Diante disso, o secretário solicitou uma retificação por parte do jornal que foi publicada na edição deste sábado, 21, na página 2, coluna Fórum dos Leitores.
Publicamos abaixo a íntegra do texto

Prezado Senhor Diretor de Redação,

Foi com desagradável surpresa que vi estampada minha fotografia no topo da página A7 da Edição de hoje, sexta-feira, 20 de agosto, com a nota de que eu teria admitido que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto.

Gostaria de expressar, mais uma vez, a 
posição inegociável da CNBB, que é a mesma do Magistério da Igreja Católica, de defesa intransigente da dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural. O aborto é um crime que clama aos céus, um crime de lesa humanidade. Isso, evidentemente, não significa que o peso da culpa deva recair sobre a gestante. Também ela é, na maioria das vezes, uma grande vítima dessa violência, e precisa de acompanhamento médico, psicológico e espiritual. Aliás, esses
cuidados deveriam vir antes de uma decisão tão dramática.
Os católicos jamais poderão concordar com quaisquer programas de governo, acordos internacionais, leis ou decisões judiciais que venham a sacrificar a vida de um inocente, ainda que em nome de um suposto estado de direito. Aqui, vale plenamente o direito à objeção de consciência e, até, se for o caso, de desobediência civil.

O contexto que deu origem à manchete em questão é uma reflexão que eu fazia em torno da diferença entre eleições majoritárias e proporcionais. No caso da eleição de vereadores e deputados  (eleições proporcionais), o eleitor tem uma gama muito ampla para escolher. São centenas de candidatos, e seria impensável votar em alguém que defenda a matança de inocentes, ainda mais com dinheiro público. No caso de eleições majoritárias (prefeitos, senadores, governadores, presidente), a escolha recai sobre alguns poucos candidatos. 
Às vezes, sobretudo quando há segundo turno, a escolha se dá entre apenas dois candidatos. O que fazer se os dois são favoráveis ao aborto? Uma solução é anular o próprio voto. Quais as conseqüências disso? O voto nulo não beneficiaria justamente aquele que não se quer eleger? É uma escolha grave, que precisa ser bem estudada, e decidida com base numa visão mais ampla do programa proposto pelo candidato ou por seu Partido, considerando que a vida humana não se resume a seu estágio embrionário.

Na luta em defesa da vida, o problema nunca é pontual. As agressões chegam de vários setores do executivo, do legislativo, do judiciário e, até, de acordos internacionais. E chegam em vários níveis: fome, violência, drogas, miséria... São as limitações da democracia representativa. Meu candidato sempre me representa? Definitivamente, não! Às vezes, o candidato é bom, mas seu Partido tem um programa que limita sua ação. Por isso, o exercício da cidadania não pode se restringir ao momento do voto. 
É preciso acompanhar, passo a passo, os candidatos que forem eleitos. A iniciativa da Ficha Limpa mostrou claramente que, mesmo num Congresso com tantas vozes contrárias, a força da união do povo muda o rumo das votações.

Que o Senhor da Vida inspire nossos eleitores, para que, da decisão das urnas nas próximas eleições, nasçam governos dignos do cargo que deverão assumir. E que o cerne de toda política pública seja a pessoa humana, sagrada, intocável, desde o momento em que passa a existir, no ventre de sua própria mãe.

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

celibato do sacerdote?

Jesus Cristo é o verdadeiro sacerdote e foi celibatário; então, a Igreja vê n'Ele o modelo do verdadeiro sacerdote que, pelo celibato, se conforma ao grande Sacerdote. Jesus deixou claro a Sua aprovação e recomendação ao celibato para os sacerdotes, quando disse: “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda” (Mateus 19,12).
Nisso Cristo está dizendo que os sacerdotes devem assumir o celibato, como Ele o fez, “por amor ao Reino de Deus”. O sacerdote deve ficar livre dos pesados encargos de manter uma família, educar filhos, trabalhar para manter o lar; podendo assim dedicar-se totalmente ao Reino de Deus. É por isso que, desde o ano 306, no Concílio de Elvira, na Espanha, o celibato se estendeu por todo o Ocidente, até que em 1123 o Concílio universal de Latrão I o tornou obrigatório.
É preciso dizer que a Igreja não impõe o celibato a ninguém; ele deve ser assumido livremente e com alegria por aqueles que têm essa vocação especial de se entregar totalmente ao serviço de Deus e da Igreja. É uma graça especial que o Senhor concede aos chamados ao sacerdócio e à vida religiosa. Assim, o celibato é um sinal claro da verdadeira vocação sacerdotal.
No início do Cristianismo a grandeza do celibato sacerdotal ainda não era possível; por isso São Paulo escreve a Timóteo, que o grande Apóstolo colocou como bispo de Éfeso, dizendo: “O epíscopo ou presbítero deve ser esposo de uma só mulher” (1Tm 3, 2). Estaria, por isso, o padre hoje obrigado a se casar? Não. O Apóstolo dos gentios tinha em vista uma comunidade situada em Éfeso, cujos membros se converteram em idade adulta, muitos deles já casados. Dentre esses o Apóstolo deseja que sejam escolhidos para o sacerdócio homens casados (evitando os viúvos recasados). Já no ano 56, São Paulo, que optou pelo celibato, escrevia aos fiéis de Corinto (cf. 1Cor 7,25-35) enfatizando o valor do celibato: “Aos solteiros e às viúvas digo que lhes é bom se permanecessem como eu. Mas se não podem guardar a continência que se casem” (1Cor 7,8). “Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher”. São Paulo se refere às preocupações ligadas ao casamento (orçamento, salário, educação dos filhos...). E enfatiza:
“Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido”. “Procede bem aquele que casa sua virgem; aquele que não a casa, procede melhor ainda” (1Cor 7, 38). A virgindade consagrada e o celibato não tinham valor nem para o judeu nem para o pagão. Eles brotam da consciência de que o Reino já chegou com Jesus Cristo.
O último Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia confirmou o celibato e o Papa Bento XVI expressou isso na Exortação Apostólica pos-sinodal“Sacramentum Caritatis”, de 22 fev 2007. Disse o Sumo Pontífice:
“Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo... é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem no celibato (...) Com efeito, nesta opção do sacerdote encontram expressão peculiar a dedicação que o conforma a Cristo e a oferta exclusiva de si mesmo pelo Reino de Deus. O fato de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto seguro de referência para perceber o sentido da tradição da Igreja Latina a tal respeito. Assim, não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo. Antes de mais, semelhante opção é esponsal: a identificação com o coração de Cristo Esposo que dá a vida pela sua Esposa. Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade” (n.24).
O Mahatma Ghandi, hindu, tinha grande apreço pelo celibato. Ele disse: “Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto... “Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa” (Tomás Tochi, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed. Mundo 3, SP, pp. 105ss,1974).
Alguns querem culpar o celibato pelos erros de uma minoria de padres que se desviam do caminho de Deus. A queda desses padres no pecado não é por culpa do celibato, e sim por falta de vocação, oração, zelo apostólico, mortificação, etc; tanto assim que a maioria vive na castidade e por uma longa vida. Quantos e quantos padres e bispos vivendo em paz e já com seus cabelos brancos!
O casamento poderia trazer muitas dificuldades aos sacerdotes. Não nos iludamos, casados, eles teriam todos os problemas que os leigos têm, quando se casam. O primeiro é encontrar, antes do diaconato, uma mulher cristã exemplar que aceite as muitas limitações que qualquer sacerdote tem em seu ministério. Essa mulher e mãe teria de ficar muito tempo sozinha com os filhos. Depois, os padres casados teriam de trabalhar e ter uma profissão, como os pastores protestantes, para manter a família. Quantos filhos teriam? Certamente não todos que talvez desejassem. Teriam certamente que fazer o controle da natalidade pelo método natural Billings, que exige disciplina. A esposa aceitaria isso?
Além disso, podemos imaginar como seria nocivo para a Igreja e para os fiéis o contratestemunho de um padre que por ventura se tornasse infiel à esposa e mãe dos seus filhos! Mais ainda, na vida conjugal não há segredos entre marido e mulher. Será que os fiéis teriam a necessária confiança no absoluto sigilo das confissões e aconselhamentos com o padre casado? Você já pensou se um dos filhos do padre entrasse pelos descaminhos da violência, da bebedeira, das drogas e do sexo prematuro, com o possível engravidamento da namorada?
Tudo isso, mas principalmente a sua conformação a Jesus Cristo, dedicado total e exclusivamente ao Reino de Deus, valoriza o celibato sacerdotal.

Liturgias diárias



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

celibato sacerdotal

O sacerdote e o profeta cambaleiam embriagados, tontos de vinho, a vista embaralhada no momento das visões. As mesas estão cheias de vômito [cena típica de uma embriaguez coletiva]). É só lei e mais lei. (Is 28, 7ss.
Aquilo que Deus pede de nós se torna uma língua estrangeira se estamos embriagados.

Por que tomei este versículo? Por que é justamente este o problema do celibato na Igreja. Muitos falam de crise de vocações e dizem: a falta de vocações é um problema, por que a Igreja de Roma, o bispo de Roma, que é um usurpador dos direitos das dioceses, das Igrejas Particulares, ele quer impor a todos o celibato. Existem alguns padres no Brasil, e não estou dizendo uma teoria, estou denunciando uma realidade da Igreja do Brasil – que dizem assim: Se o Papa quer o celibato, que ele viva! Nós não queremos! Queremos a liberdade do celibato, e já que o Papa não libera o celibato, nós vamos liberar na prática. O Papa é um velho de 80 anos, mas nós somos jovens, queremos viver o amor livre. Isto já é um movimento dentro da Igreja do Brasil. Não pensem bondosamente que esta mentalidade é uma luta pelo padre casado. O casamento supõe castidade cristã, supõe fidelidade, e isto também é complicado. Achamos que castidade é difícil só para quem é celibatário. Não, castidade é desafio para todos, também para quem é casado. Muitos jovens me dizem: Não sei como você agüenta o celibato, e eu respondo: Não sei como você agüenta a castidade no casamento, pois ela é dura e difícil. Existe um movimento ideológico, sem nome, sem partido, sem registro no cartório, mas está aí este movimento que quer acabar com o celibato na prática. E digo isto sem medo de errar, e para abrir os olhos de muitos de vocês. Esta realidade é a fumaça do demônio dentro da Igreja Católica do Brasil. E então se diz: Faltam padres por causa do celibato, por causa desta cruz pesada que o Bispo de Roma impõe aos padres do ocidente.
O que falta não são vocações, o que falta é fé. A crise na Igreja Católica, de modo especialíssimo, a crise da Igreja Católica no Brasil, é uma crise de fé. As pessoas não acreditam mais. Por que crise de fé? Preciso dizer bem claro: por que o celibato é um carisma e fica muito difícil entender um carisma se não tenho fé. Por exemplo, é difícil acreditar que o dom de línguas é um dom de Deus se você não tem fé. Torna-se um negócio ridículo pura e simplesmente. Se Deus não age, se não é ação de Deus, como é que algo vai ser carisma, como é que vamos acreditar no dom de cura, nos milagres, no dom de profecia, no dom de palavra de Sabedoria. Como vamos acreditar em um carisma se não temos fé? A mesma coisa acontece com o celibato. O que falta é a fé!
É na falta de fé que está a raiz do problema. Que falta de fé é esta? Fé em que? Fé em acreditar que a proposta do Evangelho é caminho de felicidade!
Bismarck, famoso ditador da Alemanha, dizia que uma mentira dita um milhão de vezes, torna-se verdade. É assim na cabeça do povo, especialmente do povo brasileiro. A mentira dita um milhão de vezes é a seguinte: Ninguém é feliz sem sexo! Portanto, o sexo tornou-se um valor absoluto, ele traz a felicidade, em si mesmo! Em palavras mais claras: o sexo tornou-se Deus. Pois, uma coisa que em si mesma traz a felicidade é Deus, não é? Na realidade, muitos têm um outro Deus, um Deus que não é Deus – o Deus do sexo. É necessário que voltemos à fé do evangelho, que acreditemos realmente naquilo que o Senhor nos propõe – a castidade cristã, o celibato.
Como vamos chegar a isto? Apontamos até agora o problema, precisamos então resolve-lo. Este problema precisa ser resolvido primeiro dentro da gente, para que possamos também pregar isto. Um padre que não acredita na felicidade do seu celibato, será um padre que não empolga ninguém. Ninguém se empolgará com um padre cabisbaixo, entristecido – Infelizmente não tenho mulher, fazer o que!. Onde é que está a felicidade, a beleza do celibato?
Num primeiro momento, precisamos ver a beleza da sexualidade humana. O nosso tempo perdeu a noção de beleza da sexualidade. Não temos mais noção da beleza, pois o belo é algo gratuito, é inútil. Nós, por outro lado, estamos em uma sociedade onde o que vale é o que é útil, então, claro, o que é belo não tem utilidade. Fizemos uma reforma no seminário de Cuiabá, construímos uma capela bonita. Quantos padres entraram lá e disseram: Pra quê você gastou tudo isso? Por que realmente é inútil, o belo é inútil, e por isso, está desaparecendo! Ninguém se preocupa com o belo.

Se há alguma preocupação, é pelo seu próprio belo, numa visão narcisita – Eu preciso ser bonito. Produzir a mim mesmo.
Existe uma beleza em ser como Jesus e ser e sonhar como Jesus é. Existe uma beleza na sexualidade que Deus nos deu. Se queremos a beleza de ser como Jesus, precisamos entender primeiro a beleza da sexualidade humana. A sexualidade humana é uma obra de arte, uma maravilha.
E este é o primeiro passo que precisamos dar como celibatários ou futuro celibatários:
1o – Eu preciso arrancar o sexo das mãos do demônio e colocá-lo nas mãos de Deus – Pois, de tanto ver o sexo negativamente, muitas vezes, vemos o sexo como coisa do demônio. É como se Deus tivesse criado o homem assexuado e o demônio foi e criou o sexo. Mas o sexo é criação de Deus, portanto, é uma beleza. Como padres celibatários, precisamos saber cantar a beleza da sexualidade humana: o sexo é bonito, é maravilhoso, é um presente de Deus. Que, infelizmente, como tudo o que faz o demônio invejoso, ele pega o que é de Deus e perverte. O sexo foi feito para ser vivido no amor de total doação de um homem por uma mulher e de uma mulher por um homem, para que os dois dêem origem à vida. Meu próprio corpo fala isso. O corpo humano é um sacramento que me indica. O sexo fala de mim, da minha pessoa. O sexo fala de onde eu venho e para onde eu vou. De onde eu venho? De uma doação mútua de um homem e de uma mulher. Eu mesmo sou um presente. Um presente que foi me dado por Deus. Que eu mesmo recebo, eu me recebo como presente de Deus. A sexualidade humana me fala deste dom gratuito, aleatório, parece louco, caótico, mas não é um mero acaso, é a vontade divina. A união de um homem e de uma mulher me fez puro dom e presente de Deus. O sexo fala da minha origem: eu não me mereci, não me planejei, nem meus pais me planejaram, eles nos receberam. O meu corpo não só fala da minha origem mas fala para onde vou? Qual é o meu destino. Meu corpo fala-me que nasci para amar. É aqui que vem outra verdade importante: é necessário que saibamos que fomos feitos para ter uma relação sexual com uma mulher. Parece bobagem dizer isto, mas muitos não se dão conta disso. Muitos pensam que celibato é solteirice, ou seja, sou solteiro para o resto da vida. Mas o celibatário não é um solteiro. Um solteiro é alguém que aguarda o encontro da pessoa para a qual ele vai se doar, no amor do matrimônio. O celibatário é outra coisa. É importante que saibamos que cada célula de nosso corpo, tudo aquilo que somos, o nosso corpo nos diz que fomos feitos para nos entregarmos a uma mulher. Só este pequeno capítulo aqui é uma cura interior, que deve ser muito bem trabalhado, em oração de cura interior, para aqueles que, possivelmente, não aqui, na lua, para aqueles que tenham alguma tendência homossexual, mas não aqui, na lua – aqui não tem ninguém. O fato de termos nascido para nos entregar a uma mulher é uma verdade de Deus, esta é a verdade a meu respeito. Não existe esta mentira de que é questão de opção sexual – Ah não, eu opto! Como posso escolher entre o sorvete de morango ou de chocolate, eu opto entre ter sexo com um homem ou uma mulher! Esta é uma mentira que qualquer manual de biologia da oitava série pode desmentir. Por que você estuda aparelho reprodutor em um capítulo e aquilo significa reprodução. E não adianta fazer raciocínios mil – a verdade de Deus é esta! É a verdade escrita por Deus em nosso corpo. O meu corpo fala de mim. Se Deus quer de mim o celibato, aqui se supõe um carisma, uma graça. É por isso que ninguém acredita no celibato. Por que? Por que se não houver intervenção de Deus, não tem sentido. E agora eu pergunto: esta sociedade que está aí fora e até mesmo muitos padres, acreditam que Deus age em nossas vidas? Estou convidando vocês para que entrem em uma visão de mundo diferente. Apaga da sua cabeça o que você recebeu de errado de uma sociedade pagã e ponha agora a verdade cristã em sua cabeça e em seu coração. A verdade cristã é a seguinte: Deus age, Deus está presente em nossa história, Deus intervém, não necessariamente milagrosamente, mas intervém sobrenaturalmente sempre. Tomamos café da manhã, agradecemos a Deus pela comida, mas, não aconteceu nenhum milagre. Deus não proviu miraculosamente o alimento. Nesta realidade perfeitamente natural, você enxerga uma intervenção divina, por que você tem fé. Quem não tem fé, come de qualquer jeito. É maravilhoso enxergar a ação de Deus nas coisas mais corriqueiras e banais. Temos que agradecer a Deus por tudo aquilo que nos dá e também por aquilo que ele nos nega. Quando diz não é por que ama você. Agradeça a Deus também por aquilo que ele nunca te deu. Temos que entrar em uma outra visão do mundo, ver Deus que está ao nosso lado Emanuel – Deus conosco – este é o mistério que celebramos no Natal. Deus está conosco, caminha junto conosco. Não é o grande arquiteto que criou o mundo e largou-o. Se você existe agora, é porque Deus está sustentando você no ser. Se ele tira a mão, você cai no nada. O próprio fato de você existir é plena atestação e testemunho da fidelidade de Deus. Não somos seres autônomos, somos seres recebidos. Deus sustenta o mundo no ser. E isto é importantíssimo em nossa espiritualidade – ele intervém em cada momento, em cada segundo para que você exista. É intervenção divina. Aquilo que nós chamamos de lei da natureza na teologia chamamos de fidelidade de Deus. Lei da natureza: nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Lei da teologia: uma vez criado, Deus não volta atrás, ele não se arrepende, pois ele é fiel. O celibato é intervenção divina. Por isso, é muito claro e evidente que em uma sociedade e em uma Igreja em crise, onde as pessoas já não acreditam mais, é óbvio que o celibato não faz sentido. Claro, eles olham a natureza das coisas, o homem foi feito para a mulher e vice-versa, e pronto. E ficam nessa realidade, na realidade puramente física, não olhando na realidade da intervenção de Deus. O trecho de Isaías que eu citava no início, expressa a realidade de muitos padres que na hora da visão, têm as vistas cansadas, não enxergam as coisas como Deus as enxerga e como a Igreja nos ensina. Por isso o primeiro passo deve ser um ato de fé.

2o – O celibato é um carisma, intervenção de Deus. Então, o celibatário não é alguém que abomina o sexo, mas alguém que ao celebrar o sexo e perceber que o sexo é algo tão maravilhoso e tão bonito, é capaz de entregá-lo para Deus. Entregar a sexualidade bela para Deus. E como vamos entregar? Isto é carisma, é dom de Deus. Pois é ele que nos dá a capacidade de amar. Se existe alguém que ama na face da terra é por que o Espírito Santo nos deu este presente.
3o – Eu sou um dom recebido, feito para ser doado. Isto quer dizer que somos filhos. O filho é aquele que se recebe. Eu não me fiz. Não sou um cogumelo que brota na grama sem pai nem mãe. Me recebi como dom e como presente. Desta verdade tenho a lei fundamental de capacitação para a castidade cristã e para o celibato. A lei fundamental é a seguinte: só é celibatário quem sabe que é amado e sabe que é capaz de amar. Temos então dois grandes entraves, dois grandes problemas em nossos seminários – muitas vezes por um ou por outro problema, ou pelos dois problemas, o seminarista não é capaz de amar, não é celibatário.
O seminarista não se ama, não enxerga que recebeu amor e então, não é capaz de amar. O que é o amor? É a doação de si! Ou seja, eu sei que alguém se entregou por mim, eu sei que alguém me amou, sei que sou amado. Dizer que somos amados significa que alguém se entregou por mim, alguém se destruiu para que eu fosse. Alguém entregou algo de si ou todo o seu ser para que eu fosse. E a grande verdade é esta: nós somos amados primeiramente, especialmente, por Deus! Deus se entregou por mim, portanto, se não há esta verdade em minha vida, eu não serei celibatário. Um padre frustrado, que não se sente amado, pode ser casto como um anjo, mas isto não é verdadeira castidade. Pode ser puro, sem sexo, mas não é celibatário. A cadeira na qual vocês estão sentados, também é pura e sem sexo, mas não é celibatária. Por que? Por que ela não sabe que é amada! O celibato é uma realidade de amor: Eu sou amado e por isso também amo! Que coisa extraordinária que eu exista! Que coisa extraordinária que Deus tenha me escolhido, que eu tenha nascido! E quanto menos dotado, bonito, inteligente você for, mais está clara a predileção de Deus! Um testemunho: eu antigamente, me odiava, não gostava de mim mesmo! Desde os 12 anos de idade, pus na cabeça que queria ser padre. Já pensava isto antes, mas só aos doze anos as coisas se definiram. A coisa para mim estava certa. Tive mudanças quanto a conversão, o que é diferente. Vocação não significa necessariamente conversão. Tem muito padre que necessita de conversão. Eu não gostava de mim mesmo! Sempre fui assim: 1,84, magro, como sou hoje! Imagine só: com quinze anos de idade já tinha esta altura! Era muito magro, mais magro do que sou hoje! Quando fui para Roma, engordei quase 20 quilos. Imagine como eu era magro! Pois bem, eu andava sempre de social, camisa de manga comprida, alguém me perguntava: por que você anda assim? Eu vou ser padre! Então eu já era padrequinho desde os 12 anos de idade. Desculpava-me dizendo: pudor eclesiástico, compostura eclesiástica. Que nada, eu tinha era vergonha do meu corpo. Usava manga comprida por que achava meu braço horroroso, magrelo. Depois veio a adolescência, começou a ficar cabeludo, parecia que eu era o elo perdido entre o homem e o macaco. Um palito seco e cabeludo – que coisa linda! Na casa de meus pais tinha piscina, mas era preciso pagar um alto salário para eu entrar na piscina: Eu não entrou na piscina, vou ser padre! Que nada, eu tinha era vergonha de tirar a camisa. Tinha vergonha de aparecer sem camisa. Depois começou o cabelo a cair, esta testa avantajada, sinal de grande inteligência. Fui dotado também de orelhas discretas, dentes charmosos, além de ter este tórax imenso, de nadador da seleção brasileira. Era uma tragédia. Eu definitivamente não me amava. Então, o que é que eu fiz: mergulhei nos estudos. Pelos menos no que dizia respeito a roupa bonita e notas, ninguém poderia dizer que eu era feio. Tinha nota boa, era elegante. Tudo bem! Eu me amava assim! Até que finalmente, Deus é Deus, e ele foi mostrando o seu amor por mim. O que me levou a ver o amor de Deus: um pensamento muito simples. Gostava muito de matemática, e comecei a calcular a probabilidade de nascer um outro filho de meu pai e de minha mãe que fosse muito mais bonito do que eu. E esta probabilidade não era muito distante. Minhas irmãs são as duas muito bonitas, de feioso na família só saí eu. Quem as conhece, logo pergunta – São suas irmãs? Olha para mim, olha para elas e diz: Não acredito! Eu pensei – quantos homens mais bonitos do que eu poderiam ter nascido do meu pai e de minha mãe. Chutando por baixo, 1 bilhão! Pois bem, imagine um exército imenso, os mais bonitos na frente, Deus se reúne e escolhe a mim. E Deus diz: O feioso e orelhudo ali no fundo! Quem eu? É você! Você que irá nascer! Os outros mais bonitos, hábeis, inteligentes, não irão nascer, pois foi a mim que ele amou, ele me quis. E foi isto que me salvou! Hoje tiro a camisa, faço festa, e não há problemas! Não tenho mais complexo com relação ao meu corpo. Podemos pensar outras dez mil coisas, mas é importantíssimo que você saiba que Deus amou você se quer realmente ser celibatário. Se receba como presente – Ele me quis!


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