RCC: Movmento ou Graça.

A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

A Igreja se sustenta sobre duas colunas: Igreja Institucional e Igreja Carismática. A Renovação Carismática surge da dimensão carismática da Igreja o que significa dizer que ele é um sopro do Espírito, ninguém planejou criar a RCC, ninguém desejou senão o próprio Espírito Santo. “A Renovação é uma oportunidade para toda a Igreja”(Paulo VI, 1973).

A melhor maneira de falar de alguma coisa é dizer o que ela não é para evitar os equívocos. Sendo assim para falar o que é a Renovação Carismática talvez seja melhor começar falando o que ela NÃO é:

  • Não é um movimento da Igreja que possa ser colocado ao lado dos outros movimentos(C.Suenens). Essa compreensão é unânime em todos aqueles que viveram esta experiência em seus primórdios e ainda hoje, com várias exceções.
  • Ela não tem um fundador único ou um grupo de fundadores.
  • Não tem um coordenador com poder de governo, mas de comunhão.
  • Não tem lista de membros;
  • Abriga uma grande variedade de indivíduos, grupos e atividades: comunidades de vida e aliança, grupo de oração, grupo de partilha, ministérios, paróquias renovadas;

A Renovação é uma corrente de graça para toda a Igreja Católica, não é um movimento da Igreja, mas a própria Igreja em movimento (Suenens).

A RCC surge do desejo do próprio Senhor Jesus que desde o final do século XIX vem inspirando os seus filhos. No ano de 1895 uma freirinha italiana, chamada Elena Guerra, vinha recebendo revelações de que Deus queria que a experiência do Espírito Santo voltasse a ser plena na Igreja. Ela escreveu várias cartas ao Papa Leão XIII, pedindo pela pregação permanente do Espírito Santo. Atendendo ao apelo de Deus através da freira o Papa Leão XIII publicou duas encíclicas incentivando uma maior devoção e abertura ao Espírito de Deus, porém os católicos não se deixaram tocar por essa mensagem. Em primeiro de Janeiro de 1901 (01/01/1901), o Papa Leão XIII faz a seguinte oração: “Veni, Creator Spiritus”, era uma profecia para o século que se iniciava. Porém o Espírito sopra onde quer e se dá aqueles que o desejam e o buscam. Diante da resistências dos cristãos católicos, pois a experiência católica ainda era muito conservadora, quem se abre a esta renovação são os irmãos de outras denominações cristãs. Nas igrejas evangélicas são vários os relatos de experiências de batismo no Espírito Santo.

No ano de 1961 ocorre um fato transformador na Igreja, o Papa Alegre: João XXIII, convoca o Concílio Vaticano II, que renova toda a Igreja: a missa passa a ser em língua local, não mais em latim; o padre não celebra mais de costas para os fiéis-irmãos; a Bíblia é estimulada para que todos a leiam e a possuam; os leigos adquirem maior espaço de participação e comunhão.

A oração inicial que abre o Concílio, feita pelo próprio Papa foi: “renovai Senhor, nos dias de hoje as mesmas graças abundantes de pentecostes”. Durante o Concílio realizam-se diversos debates sobre a ação do Espírito Santo. Alguns Cardeais diziam que não viam necessidade desse debate, pois o que aconteceu naquele tempo era só para aquele primeiro momento do cristianismo, mas outros Cardeais, em especial o Cardeal Leon Suenens insistiu no debate e foi o grande defensor do Espírito Santo durante o concílio. O Concílio terminou no ano de 1965.

Nos primeiros anos da década de 60 membros do movimento Cursilho de Cristandade começaram a experimentar coisas diferentes e estranhas, carismas, houve até quem orasse em línguas, algo inédito. Deste movimento duas pessoas se destacam, no sentido de que serão referências dentro da Renovação Carismática, são eles: Ralph Martin e Steve Clark. Eles leram dois livros de pastores evangélicos: A cruz e o punhal e Eles falam outras línguas. Estes livros relatavam a experiência do pastor David Wilkerson com jovens viciados. Dois professores da Universidade de Duquesne, que também eram do cursilho e conheciam Ralph e Steve, também começaram a ler os livros do pastor Wilkerson.

Estes dois professores perceberam que o Senhor os estava chamando para uma realidade fascinante e histórica, só não sabiam do que se tratava. Resolveram buscar conhecer e conversar com pessoas que viviam a experiência do Batismo no Espírito e os Carismas. Tomaram conhecimento de um grupo de mulheres de várias denominações evangélicas que se reuniam semanalmente para orarem e vivenciarem os carismas. Foram atrás do tal grupo, que era coordenado por uma santa e alegre senhora chamada de Flo. O senhor havia revelado ao grupo de mulheres, quando souberam da visita dos homens católicos, que elas se preparassem, jejuassem e orassem, pois algo grandioso Ele iria realizar a partir daquele encontro. A reunião transcorreu normalmente, no final quando Flo já ia terminar a oração um dos professores católicos levantou-se rapidamente, chegou junto a irmã Flo e disse: “Ó, não faça isso. Eu venho esperando há muito tempo por essa ocasião. Eu vim para receber o Batismo no Espírito Santo e não sairei daqui até que o tenha”.

Elas deram-se as mãos e começaram a orar por aqueles irmãos católicos, e relatam que podiam sentir o Espírito Santo descendo sobre eles, era uma energia tão forte que cada um que ali estava recebeu uma partícula de Deus. (PETH, 199?).

Um mês após este encontro no grupo de Flo, uma sociedade de amigos da Universidade de Duquesne, da qual participavam os professores católicos e Ralph e Steve, faria um retiro que realizavam todos os anos naquele período. O tema do retiro para aquele ano era: O Sermão da Montanha. Mas nos últimos dias os professores mudaram o tema do retiro para: Os Atos dos Apóstolos.

No primeiro dia do retiro, que aconteceu nos dias 17 a 19 de Fevereiro de 1967, eles leram os quatro primeiros capítulos dos Atos e a senhora Flo que coordenava o grupo evangélico foi quem pregou para eles, ela falou sobre a realeza de Cristo e o Batismo no Espírito Santo. No segundo dia a noite eles haviam programado uma festinha para os aniversariantes, porém algo estranho ocorreu: sem combinarem nada ou falarem, alguns, não todos, jovens sentiram o desejo de irem para a capela onde o Senhor estava presente no Santíssimo Sacramento exposto e eles relatam que iam entrando e sendo tomados de todo por uma força que os compungia o coração e os impeliam a consagrar-se ao Senhor em toda a sua vida e eram batizados no Espírito Santo, era uma atmosfera profunda da presença do Espírito de Deus.

Eles não sabiam, mas ali estava começando a grande novidade de Deus que renovaria a Igreja Católica.

Duas semanas após jovens de uma outra universidade, Notre Dame, tiveram a experiência do Batismo no Espírito Santo. E a partir daí o Senhor foi derramando seu Espírito de forma abundante em sua Amada Esposa, a Igreja. E a Renovação se espalhou por todo o mundo chegando ao Brasil em 1970, através do Pe Haroldo Hahn e Pe Sales, que realizaram vários retiros que ficaria conhecidos como Experiência de Oração. Hoje, praticamente todas as paróquias do Brasil têm grupos de oração da Renovação Carismática Católica. Porém algo que se constata e que o número de grupos que surgem é quase zero. O Espírito nos chama a um despertar e lançar-se para águas mais profundas.

Hoje devemos fazer um questionamento: Queremos que essa experiência de Pentecostes se estenda a toda a Igreja? Ou queremos e a só para nós. Você que foi batizado no Espírito Santo crê que tal batismo é necessário a todos os cristãos? Peçamos então ao Senhor que venha em nosso auxílio e nos torne cheios do seu Espírito Santo, todos nós que somos por Ele amados! Amém

APENDICE:

Segue em apêndice alguns textos que ilustra o que os Papas e outras pessoas do meio católico falaram sobre a Renovação Carismática:

Papa Paulo VI – 1973, no I Encontro Internacional com Líderes da RCC em Roma:

“Alegramo-nos convosco, queridos amigos pela renovação espiritual que se manifesta hoje em dia na Igreja, sob diferentes formas e em diversos ambientes. Certas notas comuns aparecem nesta renovação:

· O gosto por uma oração profunda, pessoal e comunitária a Deus;

· Um retorno a contemplação e uma ênfase no louvor a Deus;

· O desejo de entregar-se inteiramente a Cristo;

· Uma grande disponibilidade às inspirações do Espírito Santo;

· Uma leitura mais assídua da Bíblia;

· Um amor fraterno mais generoso.

“A Renovação Carismática é a primavera da Igreja!”

Papa João Paulo II: 2005, Roma:

“Estou convencido de que este movimento é um sinal da ação do Espírito... um componente muito importante na renovação de toda a Igreja”.

Papa Bento XVI – Quando ainda era Cardeal:

“Eu tive a alegria e a graça de ver jovens cristãos tocados pelo poder do Espírito Santo... Num tempo de cansaço no qual se fala de um “inverno da Igreja”, o Espírito Santo criou uma Nova Primavera”.

Prof. Felipe Aquino – 2008:

A Renovação Carismática não é um movimento uniforme; mas, como dizia o cardeal Suenens e diz o padre Raniero Cantalamessa, “é uma corrente de graça para toda a Igreja católica.” Ela não é um simples movimento a mais da Igreja; é a própria Igreja em movimento pelo poder do Espírito Santo. Todos os cristãos de todos os movimentos precisam ser renovados no Espírito Santo; e esta é a missão da RCC.


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