Dons do Espirito Santo

Monsenhor Jonas Abib
Foto: Flávio Costa/ Foto CN
Pentecostes é a festa do derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja. A terceira Pessoa da Santíssima Trindade se manifesta aos fiéis por meio dos dons carismáticos e dos dons de santificação. O fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, explica cada um deles:

Dons carismáticos

Dom da fé: Fé é o dom que recebemos no batismo. Não é fé intelectual: "Eu acredito que Jesus pode curar", e só. Não; de tal maneira estou convencido do poder curador do senhor, que minha fé me leva a ser instrumento d'Ele. Tudo isso depende de estarmos no Espírito Santo e permanecermos n'Ele.

Dom da interpretação: Normalmente, nem aquele que fala em línguas nem os outros entendem o que se enuncia. Mas o Senhor, muitas vezes, quer que aquela oração seja de edificação para a comunidade; quer usar o veículo das línguas para falar. Então, Ele dá, à mesma pessoa ou a outra, o dom da interpretação.

Dom da profecia: No dom de línguas, estamos falando a Deus, não aos homens. Mas os homens precisam que a mensagem lhes seja anunciada. Às vezes, temos uma noção errada a respeito da profecia. Pensamos que se trata de adivinhar o futuro. Nada disso: profeta é aquele que fala em nome de Deus, ou melhor, é um instrumento que Ele precisa. Profecia é justamente a palavra que o Pai expressa por intermédio de alguém. Nada a ver com adivinhar o futuro.

Dom da cura:
Não somos nós que curamos; é Jesus. Cristo saiu por todas as partes curando. Da mesma forma, o Espírito quer se manifestar em nós - que somos membros do Corpo do Senhor -, levando cura àqueles que dela precisam. O dom da cura e o dom da fé estão ligados porque acreditamos e oramos pelas pessoas, como Jesus mandou. Tudo se faz em oração, pois é ela que leva à cura.

Dom de línguas: Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração. Ela é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.

Dom de milagres: Ligado à cura está o dom dos milagres. O processo de cura é demorado, mas o milagre é imediato. Pela fé carismática, começamos a perceber os milagres acontecendo nas nossas vidas, nos nossos grupos, em nossas comunidades. O que nunca se esperava acontece, o impossível se torna realidade.

Dom do discernimento: Para possuir discernimento, o básico é aprender a ouvir o Senhor; suas emoções, inspirações. Paulo VI destacou em um de seus pronunciamentos: "O dom dos dons para os tempos de hoje é o discernimento". E é mesmo, do contrário somos levados por ventos de várias doutrinas, a mesmo, sem saber para onde vamos.

Palavra de ciência: Quando a palavra de profecia surge espontaneamente nos nossos grupos, especialmente depois da oração, do canto em línguas e do silêncio, esse é um momento muito oportuno para Deus nos dar a palavra de ciência ou de conhecimento. É como um diagnóstico. Deus nos dá um conhecimento que não poderíamos alcançar por nosso próprio esforço. Essa palavra de ciência vem de nós. Chama-se palavra porque nos é dada através de uma expressão, de uma frase, ou de uma imagem. Sua função é indicar algo que o Senhor que fazer.

Palavra de sabedoria: O dom da palavra de sabedoria é um dom doméstico, é a palavra, o pensamento ou ideia que o Senhor nos envia no momento oportuno. Sabedoria e ciência caminham juntas, como dois remos, para conduzir o povo de Deus. Sabedoria aqui não é sabedoria humana; não é cultura, grau de estudo. É a sabedoria que vem do Espírito. E esse dom não nos torna autoridades; não nos habilita a falar grosso, na ponta dos pés.


Dons de santificação

Dom da fortaleza:
O dom da fortaleza, também chamado "dom da coragem", imprime em nossa alma um impulso que nos permite suportar as maiores dificuldades e tribulações, e realizar, se necessário, atos sobrenaturalmente heróicos. A esse dom se opõe a timidez, que é o temor desordenado; e também aquele comodismo que impede de caminhar, de querer dar grandes passos.

Dom da piedade: O dom da piedade é auxiliado por duas virtudes teologais: a da esperança e a da caridade. Pela virtude da esperança participamos da execução das promessas de Deus e, pela virtude da caridade, amamos a Deus e ao próximo.

Dom da sabedoria:
Quando o Senhor nos dá uma palavra de profecia, de ciência, de discernimento ou qualquer revelação, temos de procurar discernir se aquilo que recebemos deve ser dito, quando deve ser dito e como deve ser dito. Porque alguns são afogueados. Receberam um dom, uma palavra de profecia, e a pessoa é tão apressada que já quer dizer. Mas você perguntou ao Senhor se essa palavra de profecia deve ser comunicada?

Dom do conhecimento: É pelo dom do conhecimento que nos é concedido conhecer o verdadeiro valor das criaturas em relação ao seu Criador. Nós sabemos que o homem moderno, justamente por causa do desenvolvimento das ciências, é exposto particularmente à tentação em dar uma interpretação naturalista ao mundo. Isto acontece especialmente quando se trata de riquezas, prazer e de poder, os quais realmente podem ser obtidas das coisas materiais.

Dom do conselho:
O dom do conselho, também chamado "dom da prudência", nos faz saber pronta e seguramente o que convém dizer e o que convém fazer nas diversas circunstâncias da vida. É um dom de santificação que nos faz viver sob a orientação do Espírito Santo. Por ele, o Paráclito nos fala ao coração e nos faz compreender o que devemos fazer. Agimos sem timidez ou incerteza. Pelo dom do conselho, falamos ou agimos com toda confiança, com a audácia dos santos.

Dom do entendimento:
O dom do entendimento, também chamado "dom da inteligência" ou "dom do discernimento" (diferente do discernimento dos espíritos), nos dá uma compreensão profunda das verdades reveladas, sem contudo nos revelar o seu mistério. Só teremos plena compreensão do mistério quando estivermos face a face com Deus. Por meio deste dom passamos a nos conhecer profundamente e a reconhecer a profundidade de nossa miséria.

Dom do temor a Deus: O temor de Deus é um dom do Espírito Santo que nos inclina ao respeito filial ao Pai e nos afasta do pecado. Este compreende três atitudes principais: o vivo sentimento da grandeza de Deus e extremo horror a tudo o que ofenda sua infinita majestade; uma viva contrição das menores faltas cometidas; e um cuidado constante para evitar ocasiões de pecado.

Os Sacramentos 2

Os Sacramentos

Os Sacramentos foram instituídos por Cristo e confiados à Igreja para que sejam levados a todos os povos. São sinais e meios pelos quais se exprime e se fortifica a fé, se presta culto a Deus e se realiza a santificação dos homens. São evidência do amor e a proximidade de Deus.
São 7 os Sacramentos: batismo, eucaristia, confissão, crisma, matrimônio, ordem e unção dos enfermos.
As ações de amor de Jesus curando os doentes, perdoando os pecados, impondo as mãos às crianças e sua entrega total nas mãos do Pai se prolongam na ação simbólico-sacramental realizada pela comunidade, em seu nome, na força de seu Espírito.
Sacramentos são gestos significativos que expressam e estabelecem a relação profunda com Deus, a nossa participação no Mistério Pascal de Jesus Cristo pela ação transformadora do Espírito.
Estes gestos não funcionam automaticamente, expressam as nossas vivências pessoais, comunitárias e sociais mais profundas, e também uma abertura e uma entrega a este jogo simbólico que nos é proposto na liturgia.
A palavra sacramento não é mencionada na Bíblia; significa "uma maneira de tornar sagrado", isto é, de fortalecer os laços entre Deus e o homem. Trata-se de um oferecimento palpável, feito por Deus, de uma proximidade com o homem.
O Código de Direito Canônico e a Revisão Ampla, documentos que ditam as diretrizes da Igreja, dizem que:

- os ministros não podem negar os sacramentos àqueles que os pedirem oportunamente, que estiverem devidamente dispostos e que pelo direito não forem proibidos de os receber;

- os pastores e fiéis têm o dever de cuidar que todos os que pedem os sacramentos estejam preparados para recebê-los, através da evangelização e catequização;

- os sacramentos são normas da Igreja, de comunhão eclesiástica e não para o mundo, de Deus para seus fiéis.


Batismo: o primeiro dos sacramentos

O próprio Jesus instituiu o batismo, segundo Mateus, juntamente com seu "mandamento missionário" no Dia da Ascensão. Desde os primeiros dias do cristianismo, o batismo foi o passaporte para entrar na comunidade cristã; é um ato de iniciação. Jesus permitiu que João Batista o batizasse e assim iniciou sua missão. O batismo é a porta de entrada na Igreja, necessário para a salvação, pelo menos em desejo, e, também, para receber validamente os outros sacramentos.
A graça batismal é uma realidade rica que produz o nascimento para a Vida Nova, pelo qual o homem se torna filho adotivo do Pai, membro de Cristo, herdeiro do Reino de Deus, templo do Espírito Santo, incorpora o batizado à Igreja e redime do pecado original e de todos os pecados pessoais.

Preparação para receber o batismo

Os pais têm obrigação de cuidar que as crianças sejam batizadas logo nas primeiras semanas de vida. Toda comunidade deve oferecer uma oportunidade aos pais de preparação para o batismo de seus filhos, levando-se em conta a necessidade e as condições dos mesmos.
A preparação deve ser entendida como um conjunto de iniciativas que
promovam pais, padrinhos e batizandos adultos, não só com doutrinação, mas também com a inserção na vida comunitária.
A Igreja diz que por ser o batismo um sacramento que incorpora o batizando à comunidade, o ideal é que tanto a preparação quanto a celebração sejam feitos na comunidade onde os pais ou batizandos adultos moram ou freqüentam habitualmente.
A comunidade, e todos aqueles envolvidos no trabalho de evangelização, tem como função tornar os encontros e os aprendizados participativos, e fraternos e atualizados, que levam os participantes a uma comunhão pessoal com Jesus. É importante usar a sensibilidade e adequar o conteúdo ao participantes. Antes de qualquer coisa, é preciso que a comunidade mostre através de gestos concretos a ação de Deus e de vivenciar em sua própria vida e na comunidade esse amor.
Crianças com até 7 anos de idade não precisam de preparação, mas crianças maiores, adolescentes e adultos devem ser inseridos na comunidade para que aprendam a importância dos sacramentos e vivenciem Deus em seu coração e em sua vida.

A importância dos padrinhos

Os padrinhos tem como papel levar o afilhado à luz, encaminhá-lo na estrada de Jesus e mostrá-lo o valor da fé, do amor e da caridade. Comumente é convidado um casal, mas é possível que seja somente um padrinho ou uma madrinha.
O padrinho que aceitar a tarefa de encaminhar religiosamente o afilhado deve ter para si sua importância neste trabalho e deve fazê-lo de livre escolha.
A Igreja pede que o padrinho escolhido tenha completado 16 anos de idade, seja católico, crismado, já tenha feito a primeira comunhão, participe da comunidade e não seja pai ou mãe do batizando.

Como é a celebração

O batismo deve acontecer em uma missa solene e festiva, é mais um filho que está nos braços de Deus. Todos devem estar cientes da importância e do momento feliz ao estar recebendo este sacramento.
Em casos de doença, a Igreja permite que o batismo seja realizado na casa ou no hospital da criança. Dá-se preferência também que o sacramento seja celebrado aos domingos, o dia do Senhor.
Quando batizados ainda criança, devem ser encaminhados para seguir a primeira comunhão e a crisma. Quando adultos, devem ser preparados e receber de uma só vez os sacramentos de iniciação (batismo, crisma e eucaristia).
Os pais têm direito a uma certidão que comprove a sacramentação do batismo.


Crisma: a confirmação do batismo

O sacramento da crisma é a confirmação na fé. Nós recebemos a graça de Deus, o Espírito Santo, no batismo que nos transforma em filhos de Deus. A vida de Deus Pai, Filho e Espírito Santo está em nós; e através da crisma recebemos a confirmação dessa vida e uma presença nova do Espírito Santo que nos dá força e coragem para vivermos nosso compromisso com Deus.
Esse sacramento é ministrado quando estivermos prontos para enfrentar a vida (na fase adulta ou adolescente). O Espírito Santo nos dará força e ensinará a viver no amor de Deus e dos irmãos.
Através da crisma, o Espírito Santo nos revela os caminhos a seguir e nos inspira em nossa missão, a fim de colaborarmos na obra da salvação de todos os homens.
A crisma deve ser orientada pelos pais ou responsáveis porém deve ser uma decisão consciente do adolescente ou adulto que irá recebê-la.

O rito da confirmação compreende 5 etapas:

1- Apresentação do crismando, mostrando sua importância;
2- Explicação do Sacramento e missão dos Crismandos;
3- Renovação das promessas, feitas pelos pais e padrinhos, do Batismo;
4- Invocação do Espírito Santo através da imposição das mãos
5- O crismando recebe a unção com o óleo do crisma, recebendo assim o dom do Espírito Santo.

Como padrinho ou madrinha deve se escolher um cristão atuante e coerente com aquilo que a Igreja professa.


Confissão: Deus presente sempre em nossas vidas

O sacramento da penitência consiste em confissão, absolvição e ato de contrição.
Na confissão os pecados são relatados a um padre, que concede o perdão (absolvição) de Deus ao contrito. O padre estipula atos de contrição, que em épocas antigas eram muito severos. Hoje, incluem orações, jejum ou esmolas por caridade.
A Igreja pede que o cristão se confesse ao menos uma vez por ano. Os pecados graves (pecados que nos afastam perigosamente da amizade com Deus e com os outros) têm de ser confessados individualmente, em tempo oportuno.
Jesus deixou a seus apóstolos o poder de perdoar os pecados. Hoje o padre continua essa missão, em nome de Jesus, na Igreja. O padre ajuda no arrependimento e procura através do diálogo encontrar os caminhos para melhorar a vivência cristã. Lembra a bondade e a misericórdia de Deus para com os pecadores arrependidos.
Como pecadores, o orgulho, o egoísmo, o individualismo, a omissão enfraquecem a nossa consciência e nos impedem de reconhecer a força do pecado e a nossa participação no mal que existe no mundo, quebrando a unidade entre as pessoas, desorientando e afastando-nos dos caminhos de Deus. Com isso passamos a adorar e servir outros deuses: a riqueza, a ganância, o poder, o prazer, as drogas, a violência, o dinheiro, etc. estes deuses se transformam em ídolos que destroem e matam a vida.
A confissão ou penitência transforma em novo homem o cristão, deixando sua alma leve e pronta ao serviço a Deus.


Eucaristia: o mais importante dos sacramentos

Um pouco de história...

A Páscoa era comemorada antes mesmo de Jesus dar sua vida por nós. Jesus pertencia ao povo judeu, que viveu 400 anos de escravidão no Egito. Quando houve a libertação, celebraram a Páscoa: passagem da escravidão para a libertação. Era uma celebração familiar, uma festa. O pão sem fermento (chamado pão ázimo) e ervas amargas recordavam os tempos de escravidão.
Também Jesus celebrou a sua Páscoa em companhia de seus discípulos. A páscoa a é o próprio Cristo. Ele é a doação do Pai aos irmãos. É o novo cordeiro imolado. Ler: Lc 22, 14-20
Um dia antes de oferecer a sua vida para salvar a humanidade, Jesus celebrou a Páscoa , uma refeição em agradecimento e louvor a Deus pela libertação da escravidão do Egito.
Entre a primeira Páscoa e a definitiva (celebrada por Jesus) passaram-se cerca de 1300 anos. Durante séculos o povo eleito esperou por esse acontecimento. Agora a antiga e a primitiva Aliança se tornou nova e eterna.
A Eucaristia, a partir de então, foi instituída como uma lembrança atualizada do único sacrifício de Cristo, no qual ele mesmo se apresenta como hóstia.
A Eucaristia possui três dimensões: do passado, como ceia comemorativa de ação de graças, como recordação da salvação da humanidade, da morte e ressurreição de Cristo. Do presente, com Jesus no meio de nós de maneira sacramental, e do futuro, como antecipação do banquete do Reino dos Céus. É antecipação da vinda do Senhor. A Eucaristia movimenta a vida da comunidade que, no dia-a-dia, é chamada a buscar constantemente a comunhão.
A comunhão com o pão e o vinho eucarísticos tem uma exigência para todo os participantes dela: a comunhão real com os irmãos.
Não pode haver Eucaristia sem haver reconciliação com Cristo. Comer do mesmo pão e celebrar o mesmo Pai é tarefa dos irmãos. E isso deve ser feito na família e na comunidade.
Comungar significa alimentar-se do Corpo, do Sangue, da alma e divindade de Jesus Cristo, e antes de mais nada colocar em prática as palavras de Deus.
A Eucaristia consiste em pão e vinho, é a cerimônia de um sacrifício, no qual Cristo é oferecido em expiação a Deus pelos pecados, portanto também chamada de sacrifício da missa. Os que participam da cerimônia recebem a remissão de seus pecados em conseqüência da morte sacrifical de Jesus.


Matrimônio: uma aliança entre o casal e Deus

O sacramento do matrimônio é uma aliança, similar a aliança de Cristo com a sua Igreja.
Deus criou homem e mulher a sua imagem e semelhança. Desde o dia em que cheios de ternura e graça o homem e a mulher descobrem esse amor, tornam-se "companheiros de eternidade". Por isso consideramos o matrimônio um sacramento indissolúvel, uma vocação, um apelo a santidade, onde a oração conjugal e familiar deve fazer parte do dia-a-dia do casal e filhos.
O amor entre um homem e uma mulher, como filhos de Deus, deve possuir respeito, dignidade e responsabilidade, deve ser cultivado em sua plenitude. Mesmo nas tensões, o homem e a mulher crescem em sua humanidade, cultivando seus dons e fazendo uma experiência profunda do amor de Deus. Nesse ambiente de amor e solidariedade acontece a geração de novas vidas.
A fidelidade é a maior prova de amor. Deus é fiel para conosco, nunca nega o que nos prometeu. O matrimônio cria um laço tão profundo que não imaginamos que ele possa ser desfeito.
Na Carta aos Efésios 5, 25-33, Paulo mostra como deve ser a vida e o relacionamento entre marido e mulher. Uma união edificante e duradoura.


Ordem: uma prova de confiança no homem

O sacramento da Ordem é a concessão do direito de administrar os sacramentos da Igreja, anunciar o Evangelho e ajudar o povo a viver e a celebrar a sua fé em família e em comunidade. O ministro ordenado é missionário da paz, da justiça e da unidade, promove a palavra de Deus, anuncia o Cristo libertador; imita Jesus que nasceu, trabalhou e viveu no meio do povo.
Ser padre é continuar a missão de Jesus, ajudar os necessitados, orientar e participar da luta por uma comunidade melhor.
Pelo sacramento da Ordem, o Espírito Santo chama alguns cristãos para o serviço ministerial à comunidade, ou seja assumem este trabalho concretamente.
O ministro ordenado pode ser: Diácono, Sacerdote ou Bispo.
O Diácono presta serviços em todas as áreas da Igreja, administra os sacramentos do Batismo, Unção dos enfermos e Matrimônio. O Sacerdote é pai espiritual, administra o Batismo, Matrimônio, Confissão, Eucaristia e Unção dos enfermos. O Bispo coordena a Igreja local, a comunicação entre as comunidades e garante a ligação da Igreja local com a Igreja universal; administra os sacramentos da Ordem e Crisma.
Em Mt 10, 1-16 entendemos melhor o que Deus diz sobre a missão daqueles que são escolhidos por Jesus e consagrados para servir a comunidade.


Unção dos Enfermos: força espiritual e física

A unção se destina a dar aos doentes e necessitados força espiritual e consolo.
O padre unge a pessoa com óleo quando ela estiver doente, tiver mais de 60 anos ou ainda antes de uma cirurgia grave.
Antigamente o óleo era utilizado para curar os doentes, como uma força de Deus. O bom samaritano recebeu óleo em suas feridas. O óleo usado é o que é bento na Quinta-Feira santa, como sinal de Cristo, que alivia a dor e restitui a vida. Deus, que nos acompanha sempre, está do nosso lado com sua graça, através do sacramento da Unção dos Enfermos.

A doença nos tempos antigos

No tempo de Jesus, a doença era tida como maldição. Jesus colocou-se contrário a esta mentalidade: curou muitos doentes e de todos os males, restituindo ao mesmo tempo a saúde e a paz. Seus discípulos foram convidados a fazer o mesmo. A comunidade primitiva viveu com intensidade esse sacramento.
Com o tempo, esse sacramento que era dado para restituir a saúde aos doentes, foi sendo ministrado apenas aos moribundos inconscientes, como uma espécie de passaporte para a eternidade. Houve uma redução demasiada da Unção dos enfermos, que passou a ser chamada de Extrema-Unção, a partir do século XII.

Efeitos da Unção dos enfermos

A presença de Cristo leva o doente ao conforto e a esperança. Assim o necessitado não se sentirá abandonado.
Ainda o perdão dos pecados, sobretudo em casos de impossibilidade de confissão, trazem alento novo a vida do enfermo. Há muitos casos em que a saúde física é restabelecida.

Oração dos Sacramentos

"Senhor, tu sabias que os homens precisavam de sinais para te compreender. E por isso não duvidaste um instante sequer em te tornares sinal para nós: aceitaste um corpo humano. Mas foste mais longe ainda: para nos transmitires a abundância da tua vida divina, usaste sinais para nós te entendermos melhor. E para que nunca ninguém pudesse dizer que não te pôde encontrar, deixaste os sacramentos na Igreja. Nestes sacramentos, tu te encontras com quem quiser encontrar-se contigo.
Obrigado, Senhor. É muita bondade tua. Agora me preparo e faço questão de me encontrar contigo. Amém!"

Os Sacramentais - Agentes da Graça

Quando usamos com devoção um sacramental, colocamo-nos sob a proteção das bênçãos da Igreja.

“A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!”. (II Cor 1,2)

A palavra sacramental significa "algo semelhante a um sacramento", mas há uma grande diferença entre um e outro. Os sacramentos (Batismo, Crisma, Eucaristia, Confissão, Unção dos Enfermos, Ordem, Matrimônio) foram instituídos diretamente por Jesus Cristo para dar a graça santificante às nossas almas. Por meio deles, obtemos a graça santificante que apaga o pecado ou, então, aumentamos a graça que já possuímos. Já os sacramentais não conferem a graça em si, à maneira dos sacramentos, mas são caminhos que conduzem a ela, ajudando a santificar as diferentes circunstâncias da vida. Os sacramentais despertam nos cristãos sentimentos de amor e de fé.

Quais são os sacramentais

Os sacramentais podem ser constituídos por ações ou objetos. Os objetos são, por exemplo, artigos de devoção consagrados pela Igreja: velas, palmas, crucifixos, medalhas, terços, escapulários, imagens do Senhor, da Virgem e de santos. As ações podem ser as diferentes bênçãos e exorcismos concedidos pela Igreja através de seus bispos e sacerdotes. Algumas bênçãos têm a finalidade de dedicar alguma coisa ao culto divino, como, por exemplo, um cálice, um altar ou paramentos litúrgicos. Outras se destinam à invocação de proteção e misericórdia de Deus sobre uma coisa ou pessoa, como um automóvel, um lar ou um doente.
Outro tipo de sacramental é o exorcismo, que se dá quando a Igreja exige, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influência do maligno.

Como agem em nós os sacramentais

Quando usamos com devoção um sacramental como, por exemplo, a água benta ou uma medalhinha benta, colocamo-nos sob a ampla proteção da Igreja. Mas essa ação da Igreja só será eficaz se nos dispusermos a aceitar o amor da Providência divina e a consciência de nossa total dependência de Deus. Esta é a dupla raiz da eficácia dos sacramentais: a oração da Igreja e a disposição interior de quem os usa.


A água benta

Um sacramental que nos é muito familiar é a água benta, que é a água comum abençoada pela Igreja, tornando-se, assim, um sacramental. Ao abençoar a água, o sacerdote dirige-se a Deus dizendo: “Deus eterno e todo poderoso, quisestes que, pela água, fonte de vida e princípio de purificação, as nossas almas fossem purificadas e recebessem o prêmio da vida eterna. Abençoai esta água para que nos proteja neste dia que vos é consagrado, e renovai em nós a fonte viva da vossa graça, a fim de que nos livre de todos os males e possamos aproximar-nos de Vós com o coração puro e receber a vossa salvação”.
Isso é água benta: um elemento comum da vida cotidiana que a Igreja transformou em instrumento de graça, embora não portador direto da graça, como são os sacramentos.
Da utilização da água benta, com devoção, em nome de Jesus Cristo, nasce o refúgio sob a Oração da Igreja.
Num lar católico, é bom que haja água benta além de velas ou círios bentos, bem como o crucifixo.


O crucifixo e as velas

O crucifixo é um sacramental de fundamental importância na vida do católico. É o símbolo que mais claramente nos lembra o amor de Deus pela humanidade, pois é a imagem de Seu filho morto na cruz pela salvação dos homens, levando-nos ao arrependimento das nossas faltas, atenuando nossas aflições e contrariedades. É colocado numa parede ou sobre um móvel e também nos quartos de dormir.
Além do crucifixo, círios, velas ou lamparinas colocados ao lado da cruz ou em algum outro lugar da casa, também são sacramentais muito comuns e, sobretudo, importantes, pois se representam como símbolo de Cristo, Luz do Mundo. O uso de lamparinas ou velas como elementos de culto religioso é uma prática universal na história da humanidade. E a Igreja santificou esse simbolismo prescrevendo o uso de velas na maioria dos cultos. Durante a Missa, por exemplo, devem arder duas ou mais velas, o mesmo acontecendo na administração da maioria dos sacramentos.

O escapulário lembra nossa dedicação à Mãe de Deus e nossa Mãe.

O escapulário do Carmo é um sacramental bastante difundido entre os católicos. Consiste em duas peças retangulares de lã marrom, unidas por duas fitas ou cordões levados sobre os ombros. O costume de usar o escapulário data da Idade Média, quando os leigos ingressavam nas ordens religiosas como “oblatos”, podendo participar das orações dos monges e também usar o escapulário monástico. O escapulário mais difundido é o da Ordem Carmelita. Sua popularidade advém da promessa que a Virgem do Carmo teria feito a São Simão Stock (carmelita do século XIII) de que ninguém morreria em pecado mortal se usasse o seu escapulário.
O escapulário de pano (cujo nome se origina da palavra latina scapula, que significa ombro) pode ser substituído por uma medalha-escapulário que se traz constantemente sobre o corpo.


O exorcismo, um sacramental muito especial

O exorcismo é um sacramental pelo qual a Igreja, em nome de Jesus Cristo, ordena publicamente e com autoridade, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influência do maligno e subtraídos a seu domínio. A possessão diabólica tornou-se rara porque, por sua morte, Jesus redimiu a humanidade a anulou o poder de Satanás. Por essa razão a Igreja é muito cuidadosa antes de permitir um exorcismo, procurando averiguar se se trata de um caso de possessão real ou de um desequilíbrio mental ou algum outro tipo de perturbação psíquica.
Só o sacerdote nomeado pelo bispo pode realizar o exorcismo e a Igreja exige que se guarde segredo por parte de todos os que dele participam.


As bênçãos protetoras

Muitos desconhecem a grande abundância de bênçãos que fazem parte do depósito de sacramentais da Igreja. Existe uma bênção, ou seja, uma oração oficial, para, praticamente, cada ação importante na vida humana ou, ainda, para cada necessidade humana.
A Igreja abençoa, por exemplo, as crianças, as mães, os enfermos, a casa, os alimentos, o pão, os instrumentos, as vestes, os campos, as plantações, os animais, os veículos, a escola, as bandeiras, etc. Por isso, o Vaticano II diz: “... quase não há uso honesto de coisas materiais que não possa ser dirigido à finalidade de santificar o homem e louvar a Deus”.
(Sacrosanctun Concilium, 61).

Os Sacramentos

Os Sacramentos

Definições
O catecismo católico define sacramento como um sinal exterior instituído por Cristo para produzir uma graça interna. A Igreja Católica administra sete sacramentos e os discutiremos na ordem em que uma pessoa normalmente os receberia:

Batismo
Batismo é um sacramento que a maioria dos católicos recebe logo após o nascimento. Aos católicos é ensinado que este sacramento lava o pecado, pelo derramamento de água sobre a cabeça do batizando e a invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É neste ponto que a pessoa recebe graça, torna-se filho de Deus, herdeiro do céu, e membro da Igreja Católica. Os católicos crêem que este batismo remove o pecado original herdado de Adão e Eva e, no caso de um adulto ser batizado, remove também os pecados cometidos por esse indivíduo.

A maioria dos batismos católicos ocorre como parte de uma cerimônia formal, dirigida por um padre. Quando uma criança nasce, os pais escolhem um homem e uma mulher para serem padrinhos da criança. Essas pessoas concordam em ajudar os pais no treinamento espiritual da criança e, na eventualidade de morte dos pais, eles concordam em criar a criança como um católico fiel. Os pais também escolhem um nome de santo para a criança. Além da água derramada sobre a cabeça da criança, o padre também coloca sal na boca da criança para representar purificação e preservação. Outros atos tradicionais incluem ungir com crisma e óleo, segurando uma vela acesa, e a profissão de fé, que é dita pelos pais e padrinhos da criança.

Em certas instâncias, o sacramento do batismo é ministrado de modo diferente. Numa emergência médica, qualquer pessoa leiga pode efetuar um batismo. Também, parece que algumas paróquias conduzem a cerimônia de modo diferente. Poucos anos atrás, meu cunhado decidiu tornar-se católico, e foi imerso, em vez de receber água derramada sobre sua cabeça. Nos Estados Unidos, certas regiões diferem no modo como praticam a doutrina da Igreja Católica.

Confissão
O sacramento da Confissão é também chamado Penitência. Este sacramento é como um católico recebe perdão por aqueles pecados que ele tiver cometido depois do Batismo. A confissão compreende três aspectos: ì contrição ou tristeza pelos pecados cometidos; í confissão voluntária desses pecados a um sacerdote e î Penitência que envolve certas preces ou outros atos determinados pelo sacerdote, com a intenção de fazer expiação a Deus.

Santa Comunhão
O sacramento da Santa Comunhão também é conhecido como Santa Eucaristia. Ensinaram-me que o sacramento da Comunhão era a parte mais significativa da celebração da Missa. Dá-se ênfase ao sacrifício que Cristo fez por sua igreja e os católicos acreditam que recebem graça quando recebem o corpo e o sangue de Jesus Cristo na aparência de pão e vinho.
Transubstanciação é o termo usado para descrever a mudança do pão e do vinho no verdadeiro corpo e sangue de Cristo. Este sacramento comemora a união do povo de Deus com seu Salvador. Na maioria das paróquias, é prática comum ministrar somente o corpo de Cristo na comunhão. O sangue de Cristo é ministrado muito raramente e somente em dias santos especiais.

Crisma
Aos doze anos de idade ou mais, o católico recebe o sacramento do Crisma ou Confirmação, que é ministrado usualmente por um bispo. O recipiente do sacramento escolhe um nome de santo e um fiel católico como padrinho. O bispo concede graça ao recipiente ungindo-o com crisma na testa e batendo-lhe levemente no rosto. O propósito deste sacramento é reforçar a fé da pessoa.

Ordens Sacras
Ordens Sacras é o sacramento pelo qual padres e bispos são ordenados. Homens que freqüentaram o seminário recebem o poder do sacerdócio e lhes é conferida graça que os capacita a praticar as responsabilidades de oficiar a Missa, conduzir as paróquias da Igreja Católica, e outros deveres especiais.

Matrimônio
O sacramento do Matrimônio é dado a um homem e uma mulher quando são unidos como esposo e esposa e a graça é recebida por eles para cumprirem obedientemente as responsabilidades que esta nova relação cria. Na maioria dos casos um padre oficia a cerimônia de casamento, contudo, com permissão especial, um católico pode ser casado por um ministro de outra denominação.

Unção dos Enfermos
O sacramento da Unção dos Enfermos é ministrado àqueles católicos que estão em perigo de morte. O propósito do sacramento é restaurar a saúde da pessoa e absolver o indivíduo de qualquer pecado remanescente. Ele também serve como preparação para a morte. Um padre ora e unge a pessoa doente com azeite que foi benzido por um bispo. O sacramento também é conhecido como Extrema Unção, Últimos Ritos ou Última Bênção. Este é o único sacramento que nunca recebi nem testemunhei, por isso me refiro ao
Dicionário Enciclopédido da Nova Bíblia Americana, publicado pelos editores da Bíblia Católica, para mais explicação. A bênção é dada a uma pessoa que está morrendo e que tenha feito um Ato de Contrição e que tenha confessado o Nome Santo. É usada a fórmula do Papa Benedito XIV; a bênção não pode ser dada a um moribundo que foi excomungado, a um impenitente, ou quem quer que esteja morrendo em pecados mortais.

Sacramentos e a Bíblia
A Igreja Católica ensina que a Bíblia é a Palavra de Deus, portanto, eu gostaria de examinar o que a Bíblia tem a dizer sobre os sacramentos que são praticados pela Igreja Católica. A palavra
sacramento não aparece na Bíblia, contudo, há lugares nas Escrituras onde vemos atos ou mandamentos que são semelhantes a alguns dos sacramentos. A seguir, vai uma comparação e contraste:

Batismo
A palavra batismo, ou uma forma desta palavra, aparece 96 vezes na Bíblia e o ato do batismo é referido em uns poucos outros lugares, ainda que não pelo nome. Todas estas referências ocorrem no Novo Testamento.

Em comparação, algo do que a Igreja Católica ensina sobre batismo é confirmado pela Bíblia. O batismo foi ordenado por Cristo como parte do modo de fazer discípulos. É um batismo nas águas e seu propósito é para a remissão de pecado. É neste ponto do batismo que uma pessoa obtém salvação e se torna membro da igreja de Cristo. (Veja Mateus 28:19; Marcos 16:16; Atos 2:38,41; Gálatas 3:26,27; e 1 Pedro 3:20,21.)

Em contraste, há várias coisas sobre o batismo católico que não são encontradas nas Escrituras. Estes aspectos são: o batismo de recém-nascidos, o conceito de pecado original e o ato da aspersão, em vez da imersão.

Todas as ocasiões de batismo relatadas nas Escrituras envolvem adultos. De modo a ser batizada, cada pessoa tinha que confessar sua fé que Jesus é o Filho de Deus e arrepender-se de seus pecados. Não há exemplos de crianças pequenas sendo batizadas porque elas são incapazes desses dois atos.

A Bíblia não ensina o conceito de "pecado original". O batismo é o ponto em que a pessoa recebe o perdão se seus próprios pecados. No capítulo 18 do livro de Ezequiel, Deus explicou ao profeta que cada pessoa é tida como responsável por seus próprios pecados e as pessoas não podem ser responsabilizadas pelos pecados de seus ascendentes. Meu entendimento das Escrituras a respeito do assunto é que todos os seres humanos sofrem as conseqüências físicas do pecado de Adão e Eva sendo separados da árvore da vida, mas Deus não responsabiliza ninguém pelos pecados de outros, inclusive os de Adão e Eva.

A palavra "batismo" nas Escrituras, quando traduzida literalmente, significa "consistente de processos de imersão, submersão e emersão (de
bapto, mergulhar)" (W.E. Vine, Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento). Os batismos que aconteceram quando Jesus e os apóstolos estavam na terra não foram uma aspersão ou derramamento de água. Os crentes que foram batizados foram inteiramente imersos em água. João, por exemplo, batizava numa parte do rio Jordão que tinha muita água (João 3:23), capacitando-o a imergir completamente aqueles que vinham a ele. O capítulo 6 da carta de Paulo aos Romanos explica o simbolismo da imersão. "Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Pelo batismo fomos sepultados com ele na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova" (6:3-4). Quando uma pessoa é abaixada na água e coberta, isso é muito parecido com um sepultamento. Quando essa mesma pessoa é levantada da água, é como uma ressurreição dos mortos. O batismo é o ponto no qual uma pessoa morre para o pecado e começa uma nova vida espiritual.

Confissão
O ato de confessar pecado é parte tanto do Velho como do Novo Testamento. Sob a velha aliança, os sacerdotes e guias confessavam seus próprios pecados e os pecados do povo a Deus (Levítico 16:21; Esdras 10:1, 11; Neemias 9:2, 3). Freqüentemente, esta confissão era ligada com os dias santos ou com os sacrifícios individuais pelo pecado. As pessoas também confessavam seus próprios pecados diretamente a Deus, em oração, ou os confessavam uns aos outros (Números 5:7; Josué 7:19-21; Daniel 9:4,5,20).

Sob a nova aliança as pessoas foram mandadas confessar seus pecados umas às outras (Tiago 5:16) e foram asseguradas de que Deus as perdoaria (1 João 1:9). Sob a nova aliança, o povo não confessa seus pecados aos sacerdotes, porque não havia nenhuma classe especial de sacerdotes na igreja no Novo Testamento. Em sua primeira carta, Pedro, o apóstolo, esclareceu que todos os cristãos são parte do santo sacerdócio que oferece sacrifícios espirituais aceitáveis por Deus, através de Cristo Jesus (1 Pedro 2:5). A confissão mencionada nas Escrituras também não parece ter sido parte de qualquer cerimônia em particular.

Santa Comunhão
O sacramento da Santa Comunhão tem suas raízes nas Escrituras. Conforme mencionado na missa, Jesus instituiu este memorial na noite em que foi traído. Ele também instruiu seus discípulos a continuarem esta ceia especial em sua memória. Três das narrativas dos evangelhos registram este evento significativo: Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25 e Lucas 22:14-20. Em sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo dá instruções sobre a história e o propósito da Ceia do Senhor (11:23-34). Ele também da orientações sobre a maneira como deve ser recebida.

A Bíblia sugere que os discípulos dos primeiros dias da igreja se reuniam no primeiro dia da semana para partilhar a Ceia do Senhor (Atos 20:7). Tanto o pão como o fruto da videira eram tomados todas as vezes em que participavam desta comemoração da morte de Cristo. A Bíblia não menciona o conceito de transubstanciação.

Crisma
A palavra "crisma" (ou "confirmação") não aparece na Bíblia e eu não posso localizar qualquer cerimônia ou comportamento nas Escrituras que seja comparável com esta prática católica.

Ordens Sacras
O termo Ordens Sacras não aparece na Bíblia, e não há cerimônias ou comportamentos no Novo Testamento que sejam comparáveis com a prática católica de ordenar sacerdotes. Como foi mencionado antes, não havia classe especial de sacerdotes na igreja cristã primitiva.

Nas ocasiões quando evangelistas, aqueles que eram sustentados para pregar a palavra de Deus, saíam para uma jornada, seus colaboradores os despediam com uma "imposição de mãos" (veja, por exemplo, Atos 13:1-3). Esta prática, contudo, não era nenhum tipo de ordenação, mas muito mais parecida com um costume representando uma bênção à obra a ser cumprida.

No Velho Testamento, Deus deu instruções muito especiais sobre como os sacerdotes teriam que assumir seu papel de guias espirituais de Israel. Aquelas práticas, contudo, aplicavam-se somente à fé judaica, porque os deveres sacerdotais estavam ligados diretamente ao serviço no templo, envolvendo sacrifícios de animais e adesão à lei judaica. Estas práticas da velha aliança entre Deus e Israel não são parte da nova aliança entre Jesus e seus seguidores.

Matrimônio
O sacramento do matrimônio não é mencionado na Bíblia. Há ocasiões nas Escrituras quando casamento e bodas são mencionados, mas em nenhuma destas instâncias a união do homem com a mulher é parte de uma cerimônia religiosa. Há mandamentos dados nas Escrituras sobre a necessidade de fidelidade no casamento e os papéis do esposo e da esposa, e o casamento poderia certamente cair dentro dos mandamentos gerais para se obedecerem as leis do governo (Romanos 13:1,2 e 1 Pedro 2:13-17). Além destes regulamentos, a Bíblia não diz como, quando ou porque o casal deverá ser unido. Ela também não indica que qualquer graça especial seja recebida por um casal no dia das suas bodas.

Unção dos Enfermos
A Epístola de Tiago, capítulo 5, versículos 14 e 15 diz:
"Alguém de vocês está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que rezem por ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé salvará o doente: o Senhor o levantará e, se ele tiver pecados, será perdoado." Isto soa muito semelhante à prática católica de ungir os doentes, contudo, na Bíblia, a oração e a unção são feitas pelos presbíteros, não por um padre.

No Velho Testamento há várias ocasiões em que pessoas que estão próximas da morte dão bênçãos àqueles que permanecerão na terra depois de sua partida; contudo, não há instâncias de uma bênção dada à pessoa que está morrendo.

Resumo
Pelo exame, vimos que alguns dos sacramentos são semelhantes a práticas encontradas nas Escrituras enquanto outros não são de modo algum encontrados nas Escrituras, de forma nenhuma. Descobrimos, também, que além do batismo e da Ceia do Senhor, e unção dos doentes com o propósito de restaurar a saúde, os sacramentos praticados pela Igreja Católica não são registrados nas Escrituras como práticas religiosas formais na igreja cristã primitiva.

Dons do Espírito Santo

OS SETE DONS DO ESPÍRITO SANTO

Na convivência com as pessoas, percebemos que cada uma possui qualidades, dons próprios, característicos, e que, somando tudo, resulta uma riqueza imensa.

É o próprio Espírito de Deus que distribui a cada um(a) os seus dons, segundo seu consentimento: nem todos têm de fazer tudo, mas um(a) precisa fazer a sua parte. Os dons são tão diversos como são as pessoas.

Nos caminhos e descaminhos da vida, cada pessoa vai descobrindo suas possibilidades e capacidades pessoais. É preciso que cada um saiba ousar, mesmo encontrando dificuldades. Importa ter coragem, fincar o pé e buscar sempre. A busca pertence a cada pessoa e faz da história de fé para com Deus.

DINÂMICA

- Recortar um pequeno coração.

- Cada participante escreverá nos dois lados do coração uma qualidade ou dom que possui.

- Responder individualmente:

De onde provêm estes dons?
Para que servem estes dons em minha vida?
Eu os coloco a serviço de quem?
Como os faço frutificar?

- Partilhar com alguém as perguntas.

- Colar os corações num papelógrafo e perceber a riqueza que somos no conjunto dos dons recebidos.

- Os dons, só para si, pouco significam.

- Mas quando partilhados, significam riqueza multiplicada.

TODOS OS DONS SÃO PRESENTES DE DEUS

Quando nos referimos ao Espírito Santo sempre tomamos como referência os sete dons:
sabedoria, inteligência, conselho, ciência, fortaleza, piedade e temor de Deus.

Eles são inspirados no texto do profeta Isaías (11, 2-3). O Novo Testamento assume esta profecia na pessoa de Jesus Cristo, o Messias prometido. Ele seria possuído pelo Espírito de Deus e a partir de sua força, praticará um reinado alicerçado na justiça e na paz, conforme os dons recebidos.

O número sete no contexto bíblico. Significa universidade, totalidade, perfeição. Os dons do Espírito são inúmeros, portanto, ao falar em sete, podemos dizer que recebemos todos os seus dons.

São Paulo, em Gálatas 5, 22-23, fala nos "frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si". Estes frutos provêm de um projeto de vida que todo cristão é chamado a perfazer. Isto não significa que os teremos de uma hora para outra.

Mas, a vida do cristão é um constante converter-se ao crescimento da fé, e um comprometimento para gerar estes frutos na convivência do dia-a-dia.

Podemos dizer que os "dons são qualidades dadas por Deus que capacitam o ser humano para seguir com gosto e facilidade os impulsos divinos, para tomar a decisão acertada em situações obscuras e para reprimir as forças do orgulho, do egoísmo e da preguiça, que se opõem à graça de Deus".

OS SETE DONS E SEU SIGNIFICADO

Vivemos um tempo de grande riqueza em nossa Igreja. Quantos jovens e adultos fazem as comunidades, as famílias saírem de sua passividade e acomodação para tomarem seus membros sujeitos da própria historia através da partilha de seus dons.

Estes dons se transformam em fraternidade, solidariedade, justiça. Através de uma vivência comunitária nos grupos de reflexão, grupos de oração, estudo bíblico ... criam-se práticas sociais e maior consciência de cidadania.

Os sete dons: Sabedoria, inteligência, ciência, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus ajudam a entender os planos de Deus na vida de cada cristão. Mas, também, capacitam para superar o perigo da indiferença e do medo, para amar a Deus como Pai. Estes dons, ainda, empenham os cristãos na luta por um mundo mais justo e humano e para perseverar na fé e na esperança, mesmo em meio aos desafios e dificuldades.

Eles resumem toda a ação do Espírito Santo nas pessoas.

Os dons doados pelo Espírito de Deus não tornam as pessoas passivas, inertes, acomodadas. Mas, pelo contrário, o cristão que toma consciência de que está imbuído por seus dons, transforma sua vivência.

Um cristão crismado que não ajuda a transformar, a mudar a sociedade em que vive, certamente engavetou seus dons.

VAMOS ENTERDER MELHOR ESTES DONS:

a) Saberia. Ela nos leva ao verdadeiro conhecimento de Deus e a buscar os reais valores da vida. O homem sábio e a mulher sábia é aquele(a) que pratica a justiça, tem um coração misericordioso, ama intensamente a vida, porque a vida vem de Deus.

b) Inteligência. Este dom nos leva a entender e a compreender as verdades da salvação, reveladas na Sagrada Escritura e nos ensinamentos da Igreja.
Ex. Deus é Pai de todos; em Jesus, Filho de Deus, somos irmãos ...

c) Ciência. A capacidade de descobrir, inventar, recriar formas, maneiras para salvar o ser humano e a natureza. Suscita atitudes de participação, de luta e de ousadia, frente a cultura da morte.

d) Conselho. É o dom de orientar e ajudar a quem precisa. Ele permite dialogar fraternalmente, em família e comunidade, acolhendo o diferente que vive em nosso meio. Este dom capacita a animar os desanimados, a fazer sorrir os que sofrem, a unir os separados ...

e) Fortaleza. É o dom de tornar as pessoas fortes, corajosas para enfrentar as dificuldades da fé e da vida. Ajuda aos jovens a ter esperança no futuro, aos pais assumirem com alegria seus deveres, às lideranças a perseverarem na conquista de uma sociedade mais fraterna.

f) Piedade. É o dom da intimidade e da mística. Coloca-nos numa atitude de filhos buscando um dialogo profundo e íntimo com Deus. Acende o fogo do amor: amor a Deus e amor aos irmãos.

g) Temor de Deus. Este dom nos dá a consciência de quanto Deus nos ama. "Ele nos amou antes de tudo". Por isso, precisamos corresponder a este amor.

Para que o Espírito Santo nos conceda seus dons pedimos:

Vem, Espírito de Deus,
enche os nossos corações com tua graça.
És o sopro de Deus
que dá vida ao que está morto,
que dá vida ao nosso ser
e que nos tira do túmulo da preguiça e
do comodismo.
És fogo que queima o que está errado em nós,
que aquece nosso coração para amar,
que ilumina nossa mente para entender.
Faze-nos conhecer Jesus Cristo
que veio revelar o amor do Pai.
Faze-nos conhecer o pai e sua bondade infinita.
Faze-nos tuas testemunhas,
instrumentos nas tuas mãos
para que os corações dos homens se transformem
e assim a terra se renove.
Para que reine a justiça e a paz,
a solidariedade e o amor.
Para que o Reino de Deus se estenda cada dia mais Amém.

História da R.C.C

Historia da Renovação Carismática Católica



Em 1967, um grupo de jovens estudantes da Universidade de Duquesne, nos Estados Unidos, aplicaram-se a reler e a meditar os Atos dos Apóstolos, e a rezar, pedindo a Efusão do Espírito Santo, e lá tiveram uma experiência tão forte da Graça divina, que tal acontecimento tornou-se conhecido como o marco inicial da renovação Carismática na Igreja Católica. Desde então, estamos vivendo um dos grandes momentos da história da Igreja contemporânea. Cada um de nós, que hoje vive esta experiência tão forte com o Batismo no Espírito Santo, deve conhecer esta história para melhor compreender a grande Graça que lhe atingiu. A história que hoje vamos conhecer está baseada no Livro "Como um Novo pentecostes", cuja autora, Patty Mansfield, foi uma das pessoas que vivenciaram o retiro de fim de semana que acabou se tornando um acontecimento histórico para a Renovação Carismática católica.

I . Antecedentes

Uma oração do papa João XXIII, proferida no início do Concílio Vaticano II, costuma vir à mente de muitos daqueles que têm refletido a explosão da RCC, ocorrida em 1967, Vêem-na como uma providencial resposta ao pedido de um novo Pentecostes, feito pelo Supremo Pontífice nesta oração:

'Renova os teus milagres neste nossos dias, como em um novos Pentecostes. Permita que tua Igreja, unida em pensamento e firme em oração com Maria, a Mãe de Jesus, possa prosseguir na construção do Reino do nosso Divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino do amor e da paz. Amém'.

Desde o dia de Pentecostes, o Espírito Santo vem atuando, continuamente na Igreja, e o Senhor vem através dos séculos suscitando grandes santos , homens e mulheres plenos do Espírito Santo, que têm manifestado dons carismáticos extraordinários. É sabido que existiram no passado comunidades de católicos fiéis que experimentaram a presença do Espírito Santo atuando no meio delas, do modo como vemos na Bíblia e que ocorria nos primórdios da nossa Igreja. Consta que por volta de 1930, antes de ser sagrado Papa João XXIII, o Bispo Ângelo Roncalli costumava visitar uma pequena aldeia situada na Tchecoslováquia, onde os católicos vinham, desde o século XI, experimentando os Carismas, tais como se narra na Epístola aos Coríntios. Em 1938 chegaram a esta aldeia tropas nazistas, que mataram quase todos os seus habitantes, que para a glória de Deus, não renunciaram à sua fé. A testemunha disto é uma senhora de nome Anne Marie Schmidt, que conseguiu sobreviver à prisão em campos de concentração nazistas e russos.

A primeira pessoa beatificada pelo Papa João XXIII foi uma freira chamada Elena Guerra, fundadora em Lucca, na Itália, das Irmãs oblatas do Espírito Santo. Entre os anos de 1895 e 1903, a irmã escreveu doze cartas ao Papa Leão XIII pedindo a pregação permanente do Espírito Santo, "que é aquele que faz os santos", e expressou ao Santo Padre o seu desejo de ver toda a Igreja unida em permanente oração, como o estavam Maria e os Apóstolos no Cenáculo, aguardando a vinda do Espírito Santo. Como resultado, o Papa Leão XIII publicou "Provida Matris Caritate", onde pediu que a Igreja celebrasse, entre as festas da Ascensão e Pentecostes uma solene novena ao Espírito Santo; e publicou também a sua encíclica sobre o Espírito Santo, "Divinum Ilud Munus", e em 1º de Janeiro de 1901, primeiro dia do século vinte, invocou o Espírito Santo e cantou ele mesmo o hino "veni, Creator Spiritus" em nome da Igreja. Mas, apesar da fraca resposta dos católicos ao chamado do papa Leão XIII, pessoas de outras denominações se puseram em oração ao Espírito Santo e receberam manifestações impressionantes dos dons e poder do Espírito Santo, até que nos meados da década de 1960 também a Igreja Católica começou a experimentar a Graça da Renovação Carismática. O Padre Eddward Oc´onnor, CSC, líder contemporâneo dos primórdios da Renovação Carismática Católica descreve, assim, a situação:

"Nos inícios da década de 60, uma onda de entusiasmo pelas vigílias de leitura da Bíblia e encontros de oração atravessou o país (EUA). Em Notre Dame (Universidade em South Bend, Indiana), notadamente nos anos de 1963/1964. Reuniões importantes eram realizadas, semanalmente, por um grupo de estudantes, muitos dos quais vieram a ter importante atuação no movimento pentecostal. Essas primeiras reuniões consistiam em leitura da Bíblia, preces de improviso, canto e discussão. Todavia, as orações eram menos espontâneas e a discussão era mais livre e mais humanística do que as das reuniões pentecostais anteriores. Em todas as manhãs de Domingo, era organizada uma Missa especial para os estudantes, na qual muitos participavam com um vigor espiritual que era notável para aquele tempo. A Missa era seguida de um desjejum, que era puro Ágape. Havia um bom número de estudantes que se reuniam para rezar as Vésperas diariamente. Naquele mesmo ano, foi introduzido o Cursilho, em South Bend, em grande parte por intermédio da dedicação de um estudante, chamado Steve Clark. Nos anos que se seguiram, o cursilho produziu um poderoso impacto espiritual em muitas centenas de pessoas, na cidade e no Campus. Por algum tempo, esses cursilhistas costumavam reunir-se para a Missa, uma vez por semana, à noite, na Capela Pangborn, de Notre Dame...No mesmo ano, teve início um outro grupo que se reunia no Seminário Moreau, onde muitos estudantes começaram a encontrar-se duas vezes por semana procurando desenvolver o seu crescimento espiritual, inspirados sob o signo da Nossa senhora e o seu exemplo. Por tudo isso vê-se que o fogo pentecostal que irrompeu na primavera de 1967, vinha sendo preparado por um considerável fermento de discussão, prece e atividade apostólica..."

Os homens que formavam o movimento dos cursilhos em Notre Dame nos meados dos anos sessenta, provinham de várias formações acadêmicas. Eram todos intelectuais de alto nível, e não obstante tivessem vários deles trabalhado em ação social, preocupavam-se seriamente com uma renovação espiritual litúrgica e individual. Mas a grande surpresa em Notre Dame foi a súbita e dramática conversão de um brilhante estudante de filosofia chamado Ralph Martin, que tinha ganho reputação de argumentador ateísta. Para muitos dos Cursilhistas em Notre Dame, assim como para Ralph Martin, Pentecostes chegou, indubitavelmente. Os cursilhos daquela época em Notre Dame, eram acompanhados de acontecimentos miraculosos, cura, discernimento dos Espíritos e preces atendidas. No ano de 1965, Ralph Martin, que então estava na Universidade de Princeton, e Steve Clark, de Notre Dame, deixaram a Universidade para ficar mais disponíveis para o serviço cristão, e passaram a integrar uma equipe na Universidade Estadual de Michigan e do Secretariado Nacional dos Cursilhos. Assim foi que ambos, entre 1965 e 1970 organizaram dúzias de reuniões de cursilhos através dos Estados Unidos, e as notícias sobre o Batismo no Espírito Santo foram espalhadas.

"Na primavera de 1966, dois professores da universidade de Duquesne tinham ingressado num estágio intenso de prece e de indagação sobre a vitalidade da sua fé. Um era professor de história; o outro, instrutor em teologia. Eles sentiam a necessidade de um maior dinamismo interior, a carência de uma força renovada para viverem como cristãos e para darem testemunho de Cristo. Ambos já estavam comprometidos com o Senhor por um bom número de anos; eram, ambos Cursilhistas...também exerciam o papel de moderadores da fraternidade do Campus de Duquesne, denominada Sociedade Chi Ro, que tinha sido fundada por um deles, alguns anos antes, com a finalidade de estimular a prática da oração e da participação na liturgia, a evangelização e a ação social.

Todavia, eles ainda queriam "algo mais". Não tinham uma noção exata daquilo que queriam e que ainda estava faltando, mas fizeram um pacto de mútua oração nesse sentido. Da primavera de 1966 em diante, eles rezavam diariamente para que o Espírito santo renovasse neles todas as graças do Batismo e da Crisma, para que, com o poder e o amor de Jesus cristo, Ele preenchesse neles o vácuo deixado pelas deficiências do esforço humano. Diariamente aqueles dois homens rezavam a linda e famosa 'sequência dourada’ que é usada pela Igreja na liturgia de Pentecostes.

Ó Espírito de Deus, envia do céu um raio de luz!/ Pai dos miseráveis, vossos dons afãveis dai aos corações./ Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívo, vinde!/ No labor, descanso, na aflição, remanso, no calor, aragem./ Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!/ Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele./ Ao sujo lavai, ao seco rogai, curai o doente./ Dobrai o que é duro, guiai-nos no escuro, o frio aquecei./ Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons./ Dai em Prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna. Amém.

Em Agosto de 1966 estes dois professores encontraram-se com Ralph Martin e Steve Clark na Convenção Nacional dos Cursilhos e receberam destes cópias dos livros "A Cruz e o punhal" e "Eles falam em outras línguas", que tratam da experiência pentecostal. Impressionados com a clareza que agora viam do papel do Espírito Santo na vida de quem crê, procuraram um ministro da Igreja episcopal, que embora não tivesse vivido a experiência do batismo no Espírito os conduziu a uma paroquiana sua, chamada Flo Dodge. Esta paroquiana, com seu grupo carismático de oração, os levou e, mais dois professores da Duquesne, a receber o batismo no Espírito Santo


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